segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Constatação...



Mais uma vez volto a falar do nosso tão ordinário amor
Por ser ele tão incomum
De difícil compreensão
Mas que é

É,
Ser
Existir
Sinônimos do que temos
Distante de um planejamento
Que tenha dado certo
Nada convêncional
Pra uns, até impróprio!
Amo outros olhos
Que não são seus
Amas outros olhos
Que não são os meus

Cientes disso seguimos
Mãos dadas
Bocas coladas
E completamente desenganadas...



NOSSO AMOR
Dante Ozzetti/Luiz Tatit


se falei de você

só falei por falar

(não tinha mais de quem falar)



só sonhei com você

pois não pude evitar

(temos que sonhar)



se fiquei com você

só fiquei por ficar

(quem fica fica por ficar)



se aceitei seu amor

aceitei sem pensar

(não sei recusar)



se ainda estou com você

inda estou por estar


nosso amor afinal

não tem nada de especial

não é paixão

não é fatal

não é assim essencial



nem é só sentimento

circunstancial


não é tanta coisa

mas é tão legal!



infeliz de quem vem

até aqui me buscar

(quem busca adora rebuscar)


e me vê com você

vendo o tempo passar

(é só o que verá)



sem saber se esse amor

inda vai decolar

(se cola pode decolar)



eu por mim tudo bem

deixo assim como está

nosso amor se tornou

uma história singular
é só calor e se calar


é só compor sem cantar
nosso amor se espreguiça

só quer vadiar

vai passando os dias

sem se entediar


uma das dúvidas típicas

que ficam no ar:
como que um amor

que não quer nada

pode continuar?

nosso amor

não cansa de durar

sempre foi assim

sempre será

não se pode esperar muito disso

mas também por que esperar?
se falei de você

só falei por falar

(não tinha mais de quem falar)

se fiquei com você

só fiquei por ficar

(quem fica fica por ficar)

infeliz de quem vem

até aqui me buscar

(quem busca adora rebuscar)

sem saber se esse amor

inda vai decolar

(se cola pode decolar)


Fé Baiana (inédias, antigas e até então não publicadas)



Minha pequena
Ah... que a paz advinda das águas da Bahia
E a esperança do coração baiano
Me possam guiar

Ah... que a fé daquela terra
Não me permita desesperançar
Vacilar
Jamais

Ah minha menina
Quero que queime minhas mãos
Ao escrever-te
A mais bela rima

Desenhar-te com a precisão
Dos artesões
E com a calma de Caymmi
Te compor

Pintarei teu corpo
Com a aquarela
Das fitas
De Nossa Senhora

Ah minha pequena
Te cantarei
Alto e em bom tom com a força de Maricotinha... para que não reste dúvidas.

Por fim meu bem
Desejo ver-te
Com a meninice de Gabriela
Aquele encantamento que é tão seu e dela.


São Paulo/SP, 06 de novembro de 2008.

Saudades... (inéditas, antigas e até então não publicadas)



Corro léguas quando vejo o Teatro São João
Lembro do tablado
Dos atores
As atrizes
E de ti

Sorrio quando vejo seu sorriso no retrato
Sinto saudades
Acho graça
Falta de ti

Nem posso pensar em ouvir tua voz
Morreria de algum mal do coração
Um treco
Morreria de ti

De ti fico aqui
Olho acolá
Esperando
Você chegar...

São Paulo/SP, 05 de novembro de 2008.

Boas Festas!


Mais um entre tantos...
É, dois mil e nove está aí batendo na porta e dois mil e oito se despede. Tantas coisas a serem agradecidas e outras tantas a serem realizadas. Pessoas distantes tornaram-se próximas enquanto outras tão próximas se tornaram distantes. Sonhos concretizados e outros pela própria inviabilidade de ser, ficaram aí, a esmo, nos campos dos desejos impossíveis. Pensei e senti que amava, amei alguém distante que não sabia ser amada. Senti o sabor de beijos inesperados e toquei tantos corpos na busca daquele que muito me apetecia. Descobri que a casualidade faz um bem danado pro ego e que indiscutivelmente a espera por uma felicidade é a persistência mais burra do ser humano. A felicidade está em cada esquina e sem dúvida alguma nos momentos de menos espera e maior descontração. Descobri também que o melhor amor é o próprio...
Descobertas tão óbvias que só se revelaram com o tempo... pois, é... o meu foi agora, em 2008.

Saúde amigos...
Um brinde à vida, meus amores e minha família...
Que venha 2009...

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Contemplação...




"Foi algo novo para mim. Ignorava as manhas da sedução e sempre tinha escolhido ao acaso as noivas de uma noite, mais pelo preço que pelos encantos, e fazíamos amores sem amor, meio vestidos na maior parte das vezes e sempre na escuridão para imaginar-nos melhores. Naquela noite descobri o prazer inverossímil de contemplar, sem as angústias do desejo e os estorvos do pudor, o corpo de uma mulher adormecida."


(Gabriel Garcia Márquez em Memória de minhas Putas Tristes)

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Ela chorou...



Sabe quando inesperadamente risca o céu o cair de uma estrela e tu abobalhada só a admira boquiaberta e aprecia calada tão rara beleza??? Foi assim quando me deparei com ela aos prantos, olhos verdes avermelhados. Sabia muito pouco de sua dor, mas, ela chorando era tão bonito, não pelo fato de sofrer, mas, pelo fato de sentir, sentir tanto e tão profundo que não continha as lágrimas. E eu ali, estática, como que contemplando a mais suntuosa obra. Quando não pude mais calar soltei poucas, mas verdadeiras palavras:
- “você chorando é tão bonita”... nesse momento ela sorriu e o dia amanheceu.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Honra à Maria...

Quem disse que palavras mal postas não matam???
Matam mesmo, assim, de morte matada e morte morrida.
Morte morrida quando se morre de desilusão.
É morte triste e lenta, matam-se a esperança e a fé.
E morte matada quando mal interpretada.
Assim como foi o caso da atriz... moça lá de Sarapuí...
Contam que em sua partida ela se despediu com maestria..
Previa seu trágico fim, com certeza incontestável...
Dizia:
"me fui assim... simplesmente assim"

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Perdoa...

Ela atriz me diz:
"Do que vale um sapatinho de cristal se a peça não é de cinderela?"
- É meu bem, de nada vale... vale nada
Ela atriz me diz:
"e toda atriz tem uma poeta dentro de si mesma..."
- É meu bem, pensando bem, atriz e poeta são tudo a mesma coisa
Ela atriz me diz:
"seus pais te expulsaram? não agüentaram a magrela???"
- É meu bem, jogaram ela a magrela... 3 andares pensa!
Ela atriz me diz:
"Zezé voltou??? ah naaaaaaaaaooooooo!!!!!!!!!"
- É meu bem, ela voltou, todo mundo um dia volta... até tu...
Ela Atriz me diz:
(Ops... cadê a atriz??? A ATRIZ SUMIU! Chama a poeta, chama a poeta!)

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Resposta...

Ah bruta flor do querer...
Peço licença aos doutores da arte
Aos guardiões do universo
Aos palhaços circenses

Para falar de ti
De mim
De nós
É preciso cuidado e reverência

Nossa história de tantas idas
De tantas vindas
De tanta vida
e tanto querer

Tão indefinida
Traçada pelas mãos do destino
Por nossas mãos separadas
Nossas mãos unidas

É assim um não saber
E querer
Não querer
E amar

Sempre paradoxal
Afim
Próxima e
Distante

O que posso dizer quando diz que me quer?
Não sei o que dizer
Também quero, oras
Sempre quis, tu sabes

Como afastar seus lábios dos meus?
São tão ordinários
Íntimos
Cúmplices

Só que é fatal
Sabemos o fim
É tão certo
O nosso fracassado amor

Ele é assim
Como é
Como está
E como sempre foi

É como um rádio
Que em certos momentos sintoniza
E n'outros
Nada se ouve

Quando sintoniza é tão bom
Basta pensar que o telefone toca
É só dar uma nota
Que tu cantas

Abraçar-te inteira, com braços, mãos e pernas
e te sentir assim em silêncio
É paz
Eternizada

Amo suas palavras
Que estimulam tanto as minhas
Amo suas rimas
Elas pedem as minhas

Te quero também meu bem
Subiremos e desceremos
Muitas vezes ao céu
E à terra, fonte da vida

Te regarei,
molharei seus pés
Secarei seu corpo úmido
Com a boca de quem vive na seca do nordeste

Ah bruta flor do querer
Ficamos assim então
Amando-nos nas diferenças
Mas, amando...

E isso basta!

*(Inspirada em "Te quero sim" ...)

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Gi...

Nunca falei de uma das pessoas mais importantes da minha vida aqui neste espaço, talvez porque ela esteja tão presente em mim, nos meus dias, no meu pensamento, no meu mundo que nunca tenha me passado pela cabeça em escrever sobre ou para ela.
Hoje me ocorreu isso, porque pela primeira vez achei que eu tivesse ferido alguém que eu tanto amo. Causar dor àqueles que eu amo seria quase como a dor de uma amputação, machucar a mim mesmo.
Todos que me conhecem sabem da Gi, mesmo quem não conhece a Gi, porque “Gi” é palavra constante no meu vocabulário. Conhecer ela é conhecer um pouco de mim, dos meus dramas e conquistas.
Se definir alguém fosse possível, definiria Gi como força, honestidade e luta. Ela renasce a cada dia, brota das pedras, mina do chão... não sei como permitiram que ela se chamasse Gi e não Fênix.. enfim, coisas da vida que não se explica.
É essa sua bravura que me orienta, que me coloca em órbita, me faz pisar em chão firme. A ela devo muita coisa não só as tantas cervejas que já tomamos nos botecos da barra funda, mas também o apoio que me deu nos momentos mais difíceis, nas escolhas mais importantes... se um dia eu chegar a ser uma pessoa melhor, não tenho dúvidas de que isso se deu porque o destino me apresentou à Giane.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Meu pai...

Meu pai daria um autêntico “mineiro”, apreciador de boas cachaças, das mineiras é claro, fala mansa, muito bom de prosa que quando tu vai ver já perdestes a hora e compromissos, levados por tantos causos, tantas vivências. Meu pai também daria um autêntico “gaúcho”, admirador do Brizola e de bons churrascos. Meu pai também daria um autêntico “paranaense”, amante da terra roxa, madrugador e daqueles que de vez em quando arrisca um chimarrão. Isso tudo porque ele é um autêntico “brasileiro” devoto por sua terra, que para ele não existe fronteiras, divisas, é tudo uma coisa só. Sempre preocupado com os rumos do país e com aqueles que de alguma forma sofrem, seja com a fome, a discriminação, o preconceito.
Aprendo todos os dias com ele, principalmente a amar, amar as pessoas e a vida. Aprendo também a ser paciente e não exigir, apenas a colher os resultados daquilo que vamos plantando pelo caminho.
Meu pai é um autêntico “jovem” sempre disposto, boêmio e butequeiro. Agora deu pra virar hippie, cabelos compridos, barba, só falta cantar: “não, não chores mais” e bater palmas pro sol. O que eu acho adorável.
Posso dizer sem sombras de dúvida que tenho um pai inestimável e com absoluta certeza de que mais do que pai ele é meu amigo, meu companheiro, meu confidente, e essas três últimas coisas não me foram impostas eu que escolhi por ele ser o homem que é, esse homem que eu admiro todos os dias e que amo incondicionalmente.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Possesso Político

“Tomado, levado por conceitos não meus...
Seguindo estradas trilhadas em bando
Bando onde não me vejo,
Não me encontro...

Sem pensar, sem pestanejar
Sigo seguindo
Pra onde? não sei
Só sei que me levam...

Provocações???
É, me provocam...
De quando em vez
É aquele povo do tal teatro... abusados!”

Possesso Amante

"Posso pôr pose
Mas não posso
Dizer-lhe

Posse por posse
Querer-te assim
Não posso

Possesso por ti
Posso pôr pose
Mas, não posso esconder.

Possesso
Possesso
Possesso por você...”

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Carinhoso (Pixinguinha)

Meu coração
Não sei porque
Bate feliz, quando te vê

E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim, foges de mim

Ah! Se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E muito e muito que te quero

E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor
Dos lábios meus
À procura dos teus

Vem matar esta paixão
Que me devora o coração
E só assim então
Serei feliz, bem feliz...

Abstrato...


"Não sabes, mas posso ouvir-te a quilômetros de distância.
Basta sussurrar que sua voz ecoa em meus ouvidos.

Não sabes, mas faço seresta, danço em festa...
Basta te ver.

Não sabes tanta coisa..."

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Uma noite, um vinho...


Cheguei pela madrugada, o combinado era escutar Nina Simone e conversar. Fazia tempos que Nina fora-me seqüestrada, então nada mais justo que terminar aquela noite maravilhosa, escutando “Ne me quitte pas”. Conversamos até o amanhecer, quando eu decidi ir embora e deixar Nina naquelas mãos tão macias.
Fiquei intrigada... e dias depois voltei lá, com um vinho e um sorriso maroto.
Pelejei, pelejei (como diria meu querido avô) e abri a garrafa, não demorou muito escutei um pedido:
“- Por favor, dê-me a rolha.
- Oras, pra quê???
- É lembrança de que um dia dividi um vinho com alguém especial...”

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Miolo do Vulcão...


“Juntarei raspas de ouro
Com as fagulhas do fogo
E os raios da Lua

Em banho maria as misturarei
Até que chegue ao ponto
Da larva do vulcão

Naquele vermelho incandescente
De queimar só ao dar uma espiadela
Faremos amor

Porque amor se faz assim
Com as coisas mais belas,
Mais vivas e quentes...”

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Bolero de Isabel...




Autor: Jessier Quirino

Intérprete: Xangai


"É um nó dado por São Pedro,

Desarrochado por São Cosme e Damião!

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


É um nó dado por São Pedro,

Desarrochado por São Cosme e Damião!

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


Quer ver o bom é o aguado,

quando leva açúcar,

É ter a cuca açucarada num beijo roubado,

É o pecado, confessado ao Mestre Sereno,


Levar sereno num terreiro bem enluarado.

É o pinicado do chuvisco no chão pinicando

Ficar bestando com o inverno bem arrelampado

É um recado da cabocla, um beijo mandando:

Tá namorando a cabocla do recado!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


Quer ver desejo, é o desejo dando, desejando,

E a lua olhando este amor na brecha do telhado,

É o rodeado do peru, piruando a perua

É a canarinha galeguinha cantando o canário.


Zé do Rosário bolerando com Dona Isabé

Dona Isabé bolerando com Zé do Rosário,

Imaginário de paixão voraz e proibida

Escapulida, proibida, pro imaginário!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


É....Quer ver cenário é o vermelho da auroridade

É a claridade amarelada do amanhecer

É ver correr o aguaceiro pelo rio abaixo

É ver um cacho de banana amadurecer


Anoitecer vendo o gelo do branco da lua

E a pele nua, com a lua, a resplandecer

É ver nascer o desejo, com a invernia

E a harmonia que o inverno fez nascer!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


Quer ver o bom é o aguado, quando leva açúcar,

É ter a cuca açucarada num beijo roubado,

É o pecado, confessado ao Mestre Sereno,

Levar sereno num terreiro bem enluarado.

É o pinicado do chuvisco no chão pinicando

Ficar bestando com o inverno bem arrelampado

É um recado da cabocla, um beijo mandando:

Tá namorando a cabocla do recado!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


Quer ver desejo, é o desejo dando, desejando,

E a lua olhando este amor na brecha do telhado,

É o rodeado do peru, piruando a perua

E uma canarinha galeguinha cantando o canário.


Zé do Rosário bolerando com Dona Isabé,

Dona Isabé bolerando com Zé do Rosário,

Imaginário de paixão voraz e proibida

Escapulida, proibida, pro imaginário!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão.


( Quer ver cenário – Olha a beleza disso, ó: )

Quer ver cenário é o vermelho da auroridade

É a claridade amarelada do amanhecer

É ver correr o aguaceiro pelo rio abaixo

É ver um cacho de banana amadurecer


Anoitecer vendo o gelo do branco da lua

E a pele nua, com a lua, a resplandecer

É ver nascer o desejo, com a invernia

E a harmonia que o inverno fez nascer!


É um nó dado por São Pedro

Desarrochado por São Cosme e Damião

É uma paixão, é a sensação de um repente,

Igual ao quente do miolo do vulcão."

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Rio x Sampa


"Nas entrelinhas paulistanas

Percorro suas veias

E ela as minhas


Elevo minh'alma

No Costa e Silva

E logo após, banho-me com água de côco


Mesmo Sampa pulsando em mim

Revivo Rio

Meu amor segundo


Sinto-me como Paulinho

E repito tentando me convencer:

"Foi um rio que passou em minha vida"


Mais uma vez me traio

Pois o rio é tormento

Paixão difícil de esquecer


Porém Sampa é morada

é amor

e mais nada!"


sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quando o cotidiano se torna o extraordinário...

“Meu riso se fez bobo quando notou seu olhar
Jamais te olhei com estes olhos de encantamento

Passava-me cotidianamente como os passageiros do metrô
Era-me indiferente...

No dia em que me sinto tocada
Vais-te embora

Esses dias de ausência
Arranca-me os pensamentos

Faz de mim explorador
Garimpeiro...

Que estoura minas
Na busca da mais rara pepita

Querendo apenas conhecer
Os tons de suas CORES quenteS

Da sua voz rouca
Que rompe a calmaria da madrugada”

Sampa, 25 de julho de 2008.
“Esse par de olhos mansos
jaboticaba madura
Dos campos a liberdade
Dos anjos tem a candura
Tem um néctar precioso
O doce da rapadura
No meu peito feito cachoeira
Com sabor de água pura

Pois quem anda sob esses olhos
não tem medo de nada”
("Olhos Mansos, Zé Geraldo")

Música do dia



Semente de Tudo
"Eu sou o atalho de todas as grandes estradas
por onde passei

Das vilas pequenas cidades por onde andei
Herança de casos passados, migalhas do pão consumido

Eu sou a metade de tudo que você tem sido
Nas ruas num sol de dezembro
eu sou o farol e a contra mão

Da flor que carregas no peito
Simples botão
Sou parte maior desse germe
que prolifera e contamina
Querendo construir morada em você menina

Doce menina, doce menina
Eu sou uma parte do pó
Que compõe a estrada de terra
Você é água cristalina lá no pé da serra

Retalhos de noites vividas
num albergue, pensão ou motel
mostrando caminho seguro
Um jeito de céu

Eu sou uma parte da noite
que entra no dia no alvorecer
Você é a semente de tudo
Eu vivo a partir de você
Eu sou uma parte da noite
que entra no dia no alvorecer

Você é a semente de tudo
Eu vivo a partir de você
La la"


(Zé Geraldo)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sampa II...

"Desejei que São Paulo fosse São Paulo nos fins de semana...
Sem pressa... dia em que o céu resolve insunuar-se para os paulistanos...
Há poucos carros, há pessoas caminhando na rua e não correndo,
Conversam descontraídamente nos bares das esquinas, sorriem...

Os bairros são como cidades do interior e não crescimento urbano desenfreado.

Posso ver meu vizinho a passear com o cachorro,
encontro casualmente meus amigos na feira comendo pastel
É, feiras, pastel, encontros casuais...

Desejei que São Paulo fosse São Paulo de madrugada,
Onde o silêncio é absoluto,
As ruas transitáveis...

Vejo a Paulista na sua imensidão e eu no meio dela com os braços abertos...

Noutro dia caminhei ao luar Paulistano,
vi a lua,
sorri pra ela...

Conheci um leão,
de olhos grandes,
patas quentes que me roçaram as costas,
acordei arranhada,
e ainda com o perfume daqueles pelos macios
e com saudade da noite de lua no coração do Brasil!"

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Reflexão...

"Parei de exigir do tempo a satisfação dos meus desejos.

Não dá para apressar aquilo que está po vir.

Violência é impor o que se quer, na hora em que se quer.

Em se trantando de pesssoas o tempo, a paciência e o conhecimento é o senhor dos acontecimentos.

Por isso aguardo calmamente, como uma boa pisciana.

Vou seguindo, sentindo os sabores e dissabores.

Guardo aquilo que vivi e descarto o que está por vir."

terça-feira, 15 de julho de 2008

Encontros e Desencontros...

“Estava sentada, lendo distraidamente o jornal daquele dia, não tivera tempo de lê-lo pela manhã e o fazia agora, na parte da tarde, num café no centro da cidade. Como tinha muito tempo até o próximo compromisso não poupou as leituras desnecessárias, leu até o caderno de esportes, mas, antes viu os filmes que estavam em cartazes e as peças teatrais gratuitas que seriam apresentadas no fim de semana. O horóscopo lhe era favorável, falava em aproveitar as oportunidades e um novo amor apareceria em sua vida. “Bláh!”. Há tempos estava descrente em romances, passara já do tempo em que se imaginava paixões arrebatadoras, sua cara incrédula ao ler as linhas do seu signo fizera a mulher que estava um pouco mais à sua frente, na mesa encostada na parede, rir. Pelo visto ela já lhe observava fazia algum tempo e não conseguiu conter o riso ao ver seu olhar blasé e o “bláh” que havia acabado de resmungar.
Indignada com o riso petulante da sua vizinha curiosa resolveu revidar a invasão de pensamentos e lhe fez uma cara carrancuda que demonstrava toda sua revolta e sua indisposição em fazer novas amizades. O que ela não esperava era que a mulher à sua frente não agüentou e riu ainda mais, até tentou colocar a mão na boca para não mostrar que sorria, mas a gargalhada foi mais alta.
Quando percebeu, viu que a mulher que rira de seus gestos levantava de sua mesa, foi um gesto calmo, mas, preciso. Ao levantar passou a mão nos cabelos, que eram compridos e escuros, olhou em sua direção e se aproximou. Olhando-a de cima, pois ela continuava sentada e incrédula, sorriu e inclinou-se até chegar ao seu ouvido sussurrando-lhe:
- Pelo visto a página de horóscopo não lhe foi favorável hoje, pude ver de longe que não ficaste feliz com o que viu. Porém, o seu rosto de insatisfação foi a coisa mais bela que poderia ter acontecido neste dia!
Totalmente sem reação pelo o que acabava de acontecer a única coisa que conseguiu dizer foi:
- Não acredito em horóscopos...
Inclinando-se ainda mais e tomando-lhe o jornal de suas mãos a vizinha lhe disse:
- Deixe-me ver! Que signo é? Huum.. peixes???
Enquanto lia, sua face ficou rente à dela, tocando-lhe rosto com rosto, e nisso pode sentir o perfume da vizinha curiosa... era um cheiro bom. E pelo que pode notar, sua pele era macia... Quando voltou a si, percebeu que desejava aquela estranha desconhecida que lia em voz alta o seu destino. “... e um novo amor aparecerá em sua vida” ...
- Mas isso é bom!
- É bom para quem acredita em amor!
- E você, não acredita???
- Não mais!
- Porquê?
Perguntou espantada olhando-a penetrantemente nos olhos... neste momento, já nem sabia mais se acreditava ou não em amor, não sabia mais quem era, seu nome, endereço... só sabia que os olhos de sua vizinha curiosa eram duas jaboticabas vivas, ternos... o que era mesmo amor???
Sorriu sem notar, lembrando dos versos daquele poema que dizia assim mais ou menos assim: “O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato”... Logo em seguida pensou em como seria doce os beijos daquela mulher inclinada em sua frente, olhando-a com cara de espanto.
Percebeu quanta bobagem passava em sua mente naquele instante e que vizinha curiosa e bela esperava ansiosamente sua resposta.
- Se eu te disser que a partir deste instante não acredito nem que eu existo você levaria à sério???
Meio constrangida a vizinha fez sinal com a cabeça que sim.
- É que depois que vi os olhos teus não sei mais de mim.”

domingo, 13 de julho de 2008

Mãos...

“Impossível definir o que sinto...

e o que sinto vem de você,

você que atormenta meus dias,

como diria um filme italiano:



“de dia penso em você Itália,

e à noite sonho...”



me acompanha suas palavras doces e insinuantes

desde do anoitecer quando deito em minha cama fria

até quando amanheço, e um novo dia começa

Poderia ser inocente, indecente, adolescente...

Uma mistura do obvio com o misterioso, enigmático...



Se o que sinto vem de você,

É você que tento desvendar...

Horóscopos já não me bastam,

Assim como suas palavras...

Já não me contento com o que suponho...



Quero seus dedos roçando minha nuca,

seus braços me envolvendo e me levando junto ao seu corpo... frágil

suas mãos buscando as minhas, pedindo meu toque...



Quero sentir seu cheiro que ficou em minha roupa da noite passada,

quero sua fala mansa e sua conversa interminável durante à madrugada...

devaneios nossos, só nossos enquanto resistimos ao sono persistente que teima em nos arrastar



Assim como você que amanhece comigo em meus pensamentos

quero amanhecer com você mesmo não tendo dormido...



E sim,

minhas mãos despidas, despidas de qualquer razão

de qualquer pretensão, de qualquer, qualquer...

tocarão seu corpo delicadamente, assim como um cego tateando o desconhecido...

querendo conhecer seu corpo, seus prazeres, receios...

Seu corpo para minhas mãos será um templo,

o templo onde as horas passam sem se notar

onde a paz é sentida

e o querer incomensurável”



(Inspirado em minha Deusa Coroada)

Presidente Prudente/SP, 06 de maio, de 2007.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vô!

Nestes últimos dois dias vi muito meu avô.
O vô Milton!
Vi o vô no sorriso dos seus irmãos, tão simples, tão nobres e amorosos.
Vi o vô nas mãos trêmulas da minha mãe e dos meus tios.
Vi o vô nas lágrimas e na força de minha vó.
Vi o vô nos braços do meu pai e das minhas primas que me acolheram tão amavelmente.
Vi o vô no desespero dos seus amigos.
Vi o vô nas traquinagens das sua irmãs que adoram uma festa e uma cachacinha...

Vi muito o vô nas minha lembranças.
Quando ele me levava para pescar e eu espantava os peixes com minha inquietude infantil e ele me mandava ficar quietinha para que os peixes pudessem cair no nosso anzol. Logo depois, eu o denúnciava dizendo que ele havia brigado comigo, me chamado de filha da puta, vagabunda, e ele gargalhava quando me via contando essas mentiras.

Vi o vô paciente no zoológico, pois era a milézima vez que eu o fazia me levar lá para ver a onça pintada, as cobras, os tucanos. Ele dizia "é uma judiação deixar os bichinhos presos".

Vi o vô na Marina nadando comigo.

Vi o vô fazendo o chuurrasquinho de fim de semana, e lógico com a canequinha de alumínio congelada que ele tanto gostava e a salada de pepino com pimenta do reino.

Vi o vô saindo da barragem Taquaruçu onde ele prestou serviços por algum tempo. Ele me trazia uma boneca que chorava.

Vi o vô buscando chepa para a mãe, logo ao amanhecer.

Vi o vô sentado na cadeira de área lá na frente da casa e fazendo as continhas que ele tanto gostava. Depois de tanto tempo descobri o porquê de tantas contas... ele na verdade estava fazendo as contas de quantas cabeças de boi daria para netos caso ele ganhasse na mega sena.

Vi o vô muitas vezes esses dias e descobri o quanto ele está presente em minha vida!

terça-feira, 1 de julho de 2008

O que se faz em três minutos?




"Roubo um beijo...
Atravesso um rua
o café esfria
ouço uma música
tento não pensar em você
penso em mim
faço um miojo
decido se devo ligar
ligo
recordo um sorriso
desisto de um amor
e escrevo essas palavras"

E você? O que faz em três minutos???

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Lena



Sempre que assisto "Boys don´t cry" me comovo. A história de Tina é bela e com um fim trágico, pois a crueldade que sofrem àqueles que apenas exercem o amor indistintamente, infelizmente ainda é incompreendida e intolerada. Sem entrar no mérito da homofobia, hoje não falarei sobre ela e nem sobre Tina, quero apenas falar de Lena.
Lena me toca profundamente. A princípio ela se mostra introspectiva, intocável, distante. Num mundo muito dela, totalmente alheia ao que se passa ao seu redor. O cabelo sempre atrás da orelha, o olhar que mira o chão, braços cruzados, demonstra uma defesa constante. Por outro lado, seu batom extravagante e as unhas sempre pintadas é um tanto agressivo e distoa da sua expressão corporal.
Ao se relacionar com Tina ela desabrocha como uma rosa que se abre calmamente ao sol.
A delicadeza toma conta de seus gestos, a expressão rude desaparece, tudo se torna leve e sereno. A felicidade é contagiante. Isso é resultado do amor ou do sexo???
Prefiro pensar que é o amor... outros não.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para Nina...




Hoje eu tive o desejo de escrever, mas, não sabia bem exatamente sobre o quê. Recordei-me de um texto que me foi pedido há meses. Como hoje em dia vendo cartas de amor, as trocos, as dou, e nunca as entrego a quem de fato me tocou, tratar-se-ía de uma exceção, pois este texto faço questão de entregar pessoalmente às mãos dela. Até porque não faria sentido eu escrevê-lo sem que ela se deleitasse com as palavras escritas pra ela. Ela precisa sentir-se amada, e isso só não basta, todos precisam saber que ela é amada, características de uma autêntica descendente do signo de escorpião.
A conheci mesmo antes de vê-la, sabia de suas histórias, de sua personalidade forte e do humor sarcástico, adorável por sinal. Como é comum acontecer, Patrick e eu sempre nos apaixonamos pelas mesmas pessoas. É batata, se ele gosta provavelmente eu gostarei. Se eu gosto provavelmente ele gostará. E com Nina não foi diferente. Foi questão de minutos para saber que o que ele falava era realmente peculariedades que distingue Nina das demais pessoas. E isso não é só pelo fato de sua semelhança com Hilary Swank, não caros, vai muito além disso. Nina é doce, contagiante e de sorriso fácil mas encantador. Ela te ganha pela simpatia e pelas piadinhas meio caídas. Tanto é verdade que um dia, na praia, se aproximou de uma mesa de completos desconhecidos se apresentou e logo em seguida já estava íntima do grupo, e foi na companhia destes estranhos aí que ela passou o resto de suas férias.
Pra ter esse nome tão meigo “Nina” ela não poderia ser diferente. Quando penso em Nina penso em algo pequenino, leve, suave, e realmente, é na sutileza de seus pequenos gestos que ela rouba-te nada mais que sua alma.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Confissões de uma estagiária...

Olá companheiros estagiários do meu país. Quero compartilhar com vocês as tragédias da vida de estagiário. É amigos, quem nunca foi, um dia será estagiário, creia.
Inicio essa sessão “Confidências de um Estagiário Desastrado” socializando minha primeira tarefa.
Foi-me incumbida a tarefa de ir ao Fórum tirar cópias de um processo. À primeira vista, parece tarefa fácil, mas gente, não é! Essa já era uma tarefa fadada ao fracasso, visto que não possuo “ainda” a carteira de estagiário, ou seja, não posso retirar os autos do cartório para tirar as benditas cópias. Bom, como advogado mandou o “estagiário” obedece e nem discute... Primeira regra que um estagiário deve saber.
Essa tarefa só era possível se tirássemos fotos do processo, coisa que aprendi recentemente com a Gi e essa possibilidade era o que ainda dava vida à minha missão.
Vamos aos fatos.
1ª Tragédia: os números dos processos que eu deveria tirar as cópias não existiam, apenas 1 deles conferia. Como estagiário tem que se “virar nos 30” (segundo dever do estagiário) inventei uns números lá que por Deus deram certo. E assim, consegui pegar um papelzinho que continhas todas as informações do processo, desde sua localização até a fase em que se encontra... até aí, OPERAÇÃO REALIZADA COM SUCESSO!

2ª Tragédia: antes de chegar ao cartório me ocorreu uma idéia: “Como devo pedir esses benditos processos???” “Qual a melhor frase???””Eu não posso falar quero os processos... o cartorário vai sacar que sou novata”, sugestões que passou pela minha cabeça:
- Quero ter vistas ao processo...
- Quero ter vistas no processo...
Na dúvida concluí a melhor frase é:
- “Vistas no processo”
Bom, o cartorário não riu... então acho que era isso mesmo.

3ª Tragédia: O cartorário não riu, mas fez uma cara blasé e riscou a folhinha que me referi logo acima e disse: “Dra. Esse processo é de Ribeirão Preto!”. Tipo, “garota como você vem aqui em São Paulo e quer ver um processo de Ribeirão???, e ainda, “idiota” porque você não leu a folhinha que contém “todas” as informações do processo e me poupou de responder essa pergunta tão primária”... Meu! Que culpa tenho eu se o advogado a quem obedeço me mandou vir aqui pegar cópias do processo??? Eu só obedeço... não discuto. Qué dizê! Bom, o foda foi que tinha vários advogados do lado, vendo o vexame que passei.

4ª Tragédia: Na outra vara consegui os processos dos quais eu teria de tirar fotos e depois contar com a sorte e tentar retirá-los do cartório para tirar os xérox. Beleza! Vamos lá.
Fotos:
-Inabilidade: se algum Cristo nunca tentou tirar fotos de folhas, tente pelo menos uma vez para saber que não é fácil. Mas, essa era minha função e eu tinha de tirar essas fotos de maneiras que elas ficassem legíveis. Pois bem, eu só não contava que o balcão do cartório batia nos meus seios, ou seja, pela minha pouca altura eu tinha de ficar nas pontas dos pés para conseguir tirar uma foto legível das folhas. Como fazer isso???
1º Pensamento: “Vou colocar esse trem no chão assim consigo ver o que estou fotografando.... poxa, o cartorário vai querer me matar... e pense, que beleza alguém com processos no chão agachada, mostrando o cofrinho e tirando fotos (cena esdrúxula) NÂO ROLA...
2º Eu tento abrir metade do processo e virar uma folha pra mim e tiro as fotos... Certo, alternativa mais viável.
Assim o fiz... na hora em que eu já havia tirado as fotos que me haviam solicitado, vi que outras páginas haviam sido juntas... PENSEI... vou tirar mais essas duas e faço moral, talvez seja importante... Bom, quem manda querer fazer o bem né??? Justamente por conta dessas folhas aconteceu o inesperado vi o processo na iminência de cair no chão e coloquei imediatamente minha mão em cima nas folhas que ainda faltavam cair... o peso do restante do processo, fez com que a última folha e a capa fossem rasgadas... quase inteiramente...
Pensei... TÔ FUDIDA, TÔ FUDIDA, TÔ FUDIDA... Quer merda... o que vou fazer??? OS caras vão pedir o nº da minha carteira, e eu não tenho. Cara, se eu confessar o fato neste momento não conseguirei tirar as fotos, muito menos as cópias. E também não dá pra eu sair correndo e deixar o processo rasgado lá. Como missão é missão vou fazer o que tenho que fazer e depois assumo a culpa... tirei o restante das cópias e me entreguei. Fiz cara de cachorro pidão, pedi desculpas, disse que foi sem querer, mas, que assumi todas as responsabilidades... blá, blá, blá.... com jeitinho ela me perdoou e me consolou, disse que isso acontecia.
Depois de todo esse drama ainda tive a cara de pau de pedir para retirar os processos, óbvio, sem número da carteira sem processo.
Ao menos me restou as fotos...
MISSÃO CUMPRIDA

Vendo cartas de amor!



Vendo cartas de amor!
E nem cobro favor.

Não exijo nada,
Só uma bela madrugada.

A minha namorada
Ainda não aprendeu a ser cortejada.

Ela ri desconfiada
Quando falo palavras de amor.

Por isso, vendo cartas de amor
Se não vale pra ela

Talvez pra outra bela
Transmita calor!

São Paulo, 13 de junho de 2008.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Para uma menina com uma margarida...



"Depois da última noite quando vi que o seu sorriso confuso
era apenas reflexo do seu abraço indeciso...
Quando me abraçava num gesto de entrega, e
logo em seguida reprimia-o.
Meus gestos deixaram de ser honestos
Passei a evitar o seu olhar
Segurei minhas mãos para que elas não te tocassem
Contive palavras que se agitavam loucas
e quase saltavam rebeldes
para lhe dizer àquelas obscenidades ingênuas
que costumava confidenciar-lhe num sussurro.
Escutei atenciosamente seus devaneios,
suas novas paixões,
suas indecisões, sem ao menos saber que ali estava
apenas para ficar junto à ti.
Desejei outras mulheres,
cortejei algumas ilusões, mas,
no fim da noite quem estava ao meu lado era você.
Nestas idas e vindas restou-me apenas a “confissão”
Solto essas palavras que sopro ao vento...
é a sinceridade retomando o seu lugar”

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Desapego...

Faz um tempo que surgiu em minha vida uma palavra que até hoje me atormenta. Atormenta-me, não por inexistir sentido etimológico que a conceitue, mas, pela necessidade e imposição de exercê-la.
A ouvi pela primeira vez atirada pelos lábios de quem naquele momento eu desejava muito. Isso foi um tanto difícil, porém instigante. Desde então, vim degustando, construindo um conceito próprio e próximo do que seria o “DESAPEGO”. Posso dizer que só compreendemos o desapego quando somos obrigados pelas circunstâncias a nos desapegar.
Para o dicionário:
- Desapego: falta de apego, desprendimento;
- Desapegar: desprender-se, desapegar-se, desgrudar-se;
- Apego: sentimento de afeição por pessoa, coisa ou animal. Agarramento;
- Apegar: manifestar muita afeição a bens materiais. Dedicar-se com afeto; afeiçoar-se.
Neste momento encontro-me impelida a desapegar-me. Não como da primeira vez quando se tratava de uma única pessoa, agora a questão é mais ampla. Diz respeito a despedir-se de uma cidade, de amigos, da faculdade, trabalho, projetos, sonhos.. ou seja, de uma vida.
Saber que tu não conviverás mais com aquilo que é constante é no mínimo estranho. Com a conclusão desta fase de minha vida ire-me embora do meu querido e velho Pontal (terra de gente trabalhadora). E saber disso, já implica em renunciar a certas coisas mesmo ainda não tendo partido. É um ausentar-se estando presente.
Enquanto vivo este momento de desapego forçado e querido, aproveito para sentir minuto a minuto a vida que há pouco não será mais minha. Assim, creio que as lembranças serão mais vivas, de sabor adocicado e com leve pitadas de canela.

(Texto escrito em fevereiro de 2008)

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Ela (por Dayse S.)




"Ela nunca foi uma grande mulher,
nunca foi de grandes pensamentos
grandes ações
nem de grandes valores
mas sempre foi o amor da minha vida."

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Uma menina, um violão. (por Toninho Gomes)



"Quando tive notícias que o Pontal estaria em revolução, era início de abril, eis que chega de manhã e de mansinho em nossa casa, Paloma e seu violão.Tinha muita alegria em sua fisionomia, tinha dores fortes no abdômen, tinha saudades para matar, tinha vontade de cantar, queria extravasar, queria falar de amor, queria falar da vida, falar de um mundo livre, falar de paz e de solidariedade.Falou pouco, doía muito.Mesmo assim não esqueceu do presente do pai, trazia na bagagem, DVD de Oswaldo Montenegro, nele falava tudo que Paloma e eu queríamos falar, falava de amor, do ser livre, do mundo livre sem amarras e sem preconceitos, na essência falava de Paloma, pois PALOMA É AMOR PURO.
Paloma até hoje não cantou. Ontem enquanto aguardava os médicos atendê-la, por duas vezes visitei seu quarto, lá estava o violão, calado num canto, sem som, sem vida. Estava também sua fotografia, empunhava uma carabina e apontava para a frente, talvez quisesse naquele ato apontar para o MUNDO LIVRE QUE SONHAMOS.

TE AMO MUITO MINHA LINDA

PAI, PAI, PAI."

(Obs: sinto e creio que palavras tão íntimas deveriam ficar trancafiadas em mim. O que elas me causam e de onde vem é intocável, inalcansável...
Porém, a beleza da escrita se impõe, bem como, a insistência de meu pai em apresentá-las ao mundo. Pois bem, aqui está... rs... que fique registrado, elas são minhas, só minhas e de mais ninguém)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

No Rabo do Cometa



“Viajei, visitei alguns planetas,

colhi flores, eram um pouco diferentes das do planeta terra...

porém, tinham lá sua beleza.



Trouxe algumas pedras exóticas,

pra nos dias de tédio

atira-las em algum rio de águas correntes, vivas, fortes...



Banhei-me em chuva estelar,

rejuvenesci,

me senti brotando mais uma vez...



De volta ao mundo

Resolvi rabiscar essas palavras...

e entregá-las para você"

terça-feira, 1 de abril de 2008

.....



"Para um coração atento poesia brota em tudo!"

quinta-feira, 13 de março de 2008

Meu Aniversário...


Completo hoje 23 anos de residência nesse mundo. Foi em 85 numa cidade do interior do Paraná que Dona Zô, Seu Toninho e o pequeno Patrick me recebiam. Vim sem saber o pra quê vinha, coisa que até hoje não descobri. Na infância tinha sempre comigo nas festinhas que meus pais realizavam, a companhia do Muka, Maicon e João, meus grandes amigos. Não é raro encontra-los nas fotos antigas, muito pelo contrário, dá até para acompanhar o crescimento anual de cada um deles.
Durante muito tempo os bolos do meu aniversário eram de brigadeiro, meu predileto. Gostava muito de completar anos, pois sabia que eu receberia presentes, e quando via que se tratava de um pacote molengo, já me frustrava e nem precisava abrir o presente. “Porra, eu não brinco com roupas”. Na verdade eu não necessitava de roupas, como uma boa bisneta de índia andava pra cima e para baixo com os pés descalços e bermuda. Odiava pentear os cabelos e usar camiseta. Nunca fui menina vaidosa, em meus princípios o conforto sempre vinha em primeiro lugar e isso ainda persiste. Patrick nesta época era exemplo de astúcia, aprendi com ele a conduzir relações, tanto para o bem, quanto para o mal, e essa ultima era a regra. Criança tem natureza sacana, a travessura faz parte da infância, ao menos comigo foi assim e é por isso que hoje temos tantas passagens para contar.
Recordo-me bem que as previsões de Nostradamus me levava a crer que eu não chegaria aos 15 anos, e isso era uma tanto angustiante. Mas, fazer o quê se era inevitável? Pelo menos eu não iria sozinha, iríamos num rebanho mundial.
Bom, 2000 passou e o mundo não acabou. Tive a festa dos 15, foi legal, porém o que eu mais me recordo dela, além da música “Primavera se foi e com ela meu amor...” foi a ausência da minha amiga Magda. Diz ela que não a convidei – tem trauma por isso até hoje – só que o que ela não sabe e nem desconfia é que os dias vividos em sua companhia me marcaram tão profundamente que eu trocaria qualquer festa para ouvi-la cantar, ou até mesmo escutar suas historinhas engraçadas (hehehe).
No ano passado meu aniversário foi marcado por uma fortíssima crise existencial que teve seu ápice quando recebi um telefonema do meu pai que me contava como foi o dia em que eu nasci, chorei copiosamente. E esse ano ele repetiu a mesma façanha, só que desta vez ele escreveu e reproduzirei aqui suas palavras. Mami também ligou, escreveu, disse para eu escolher bem a cerveja que tomarei e bebê-la com moderação... rs Amo-a.
Hoje, depois de tanto tempo, brinquedos, festas, bolos são dispensáveis. Minha felicidade me acompanha e a possibilidade de reviver cada um desses momentos (lembrar dos amigos, dos meus pais, meu irmão e dos aprendizados conquistados) me enche de alegria.

E-mail do Pai Pai:

“Queridinha,

13 de março de 1985
Era um dia bonito, trabalhei parte do dia e,por volta de 16:30 hs., daí em diante me dediquei a acompanhar e proteger a Zolandia, pois ela seguiria para o hospital e entraria em trabalho de parto por volta das 18 hs.

Eu estava um pouco apreensivo e um pouco tranqüilo, pois estávamos assessorados por Dona Zoraide e Dona Severina,as duas pouco conversavam, havia no ar uma guerra de surdos, D.Zoraide não aceitava muito a afoiteza de D. Severina, achava que ela se metia muito, pois tudo fazia para a Zolandia,desde a limpeza da casa até as boas comidinhas para grávidas,além de cuidar um pouco do Patrick que volta e meia aparecia cheio de barro e escoltado por um bando.

No corredor do hospital,eu D.Zoraide e D.Severina, 18hs da tarde aguardávamos algum sinal vindo da sala de cirurgia, segundo e minuto parecia uma eternidade, as vezes, quando dava um espaço D.Zoraide cochichava no meu ouvido "esta Severina é muito exibida,não tem nada que se meter,olha o jeito dela, a neta é minha, se ela quisesse uma que mande as duas filhas dela parir, eu não vou com cara dela", tudo isso era muito divertido.

18hs30 nasce Palomita, seu choro ecoou no hospital e no mundo, eu chorei de emoção, minhas assessoras também choraram, nós a esperávamos com muita ansiedade e com muito carinho...

2 dias depois Patrick me forçou a organizar sua entrada clandestina no hospital,queria ver a mãe e te conhecer, falei com o médico e entramos pelo fundo, pouco antes da saída fomos descobertos pela enfermeira padrão e como não poderia deixar por menos ela nos deu UMA BOA MIJADA.
Assim é um pouco da tua historia, assim é um pouco da nossa historia.

PARABÉNS QUERIDA,PARABÉNS POR TODA A VIDA
PAI,PAI... “

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Paixões!?

É difícil escrever quando tudo parece estar em ordem, sentimentos equilibrados, nem paixão demais, nem de menos, e como todos sabem foi esta que por muito tempo me moveu, tanto é verdade, que já fui devota de São Vinícius de Moraes, além de suas palavras as canções também me acompanhavam. Hoje não mais me movo por paixões, deixei de deseja-las. Antes me pautava a célebre prece:

“Mesmo o amor que não compensa é melhor que solidão”
(Palavras do Santo)

Não posso negar que paixão também é bom. É sim. Em intensidade ela é imbatível. O desejo jorra pelos poros, o coração dispara a qualquer sinal de reciprocidade e o olhar nada vê além do ser “idealizado”.
Ela é tão empolgante que nada nos detém, distância, grana, tempo, nada. Quem já viveu uma paixão sabe bem sobre o que estou falando. Recorda-se da passagem paga parceladamente no cartão de crédito, do abrir da conta telefônica no final do mês ou daquelas férias antecipadas que negociou com o patrão??? Pois bem, aí estão os sintomas da dita cuja.
Mas com o passar do tempo outras necessidades surgem. Os anos e as desilusões nos provam que o ser “ideal” não existe. Que o que esquenta queima e que o imediato não tem melhor sabor do que a constância.
O tranqüilo o sereno que não desespera, o que não atormenta faz bem. Aos pouquinhos valorizamos o que é construído pacientemente, através das descobertas diária de si e do outro.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Tempo...




Ainda chove e não apenas lá fora, aqui dentro também está úmido como uma residência de morcegos. Morfina ainda não usei, mas imagino a sensação, o "sentir nada". Hoje não sinto nada, absolutamnete nada.
Acabo de descobrir que minha identificação com o vaso solitário não se deu apenas por piedade, mas sim, por afinidade. Sinto a chuva molhar meus cabelos e chegar às minhas raízes, talvez eu brote em breve, pressinto. A janela está ali trancando a vida quente que outrora vivi, distânciando-me do que por algum tempo ainda desejei e hoje mato friamente sem piedade, na verdade com requintes de muita crueldade. Não quero que nada reste, por isso, esfaqueio, faço picadinho e espalho gasolina para logo em seguida atirar o fogo.
Hoje mais do que nunca desejo ficar do lado de fora, exposta ao vento, ao sol, à chuva, aos passáros, ao céu... à vida. Hoje meu fiel companheiro é o tempo. Por isso, rogo:

Tempo curandeiro,
bezedeiro,
macumbeiro

Tempo, ata-me!
estanque o sangue
que insiste em jorrar

Tempo, cale-me!
para que minhas palavras
não sejam distorcidas

Tempo, sacie-me!
para que não fique à mercê
de sofistas

Tempo, passe!
e abandone
o que ficou para trás...



"Peço-te o prazer legítimo
E o movimento preciso
Tempo tempo tempo tempo
Quando o tempo for propício
Tempo tempo tempo tempo...

De modo que o meu espírito
Ganhe um brilho definido
Tempo tempo tempo tempo
E eu espalhe benefícios
Tempo tempo tempo tempo..."

Caetano Veloso

Sobrou pra você!



A caminho do trabalho mais uma vez refazendo o trajeto que considero mais belo, deparo-me com um vaso de flores solitário esquecido para fora da janela de um prédio.
Fiquei um tanto comovida com a cena, e passei a imaginar qual a história do vaso solitário. Ele foi tão rejeitado que a "Dona" - provavelmente (ela)- além de o colocá-lo para fora num dia chuvoso e frio, ainda fechou as janelas. Parecia-me a velha cena, do namorado/a que para reestabelecer a harmonia conjulgal chega com flores certo de que suas desculpas serão atendidas prontamente e o que encontra é uma porta fechada bruscamente rente ao seu rosto, sem contar os xingamentos pronunciados carregados de raiva.
É, pelo visto esse enamorado não foi tão corajoso e mandou a floricultura entregar o vaso. E a dona das flores para explicitar sua reação, já que não podia bater frenéticamente a porta e deixar para fora seu amado/a fez isso com o pobre do vaso.

Em momentos de divagações
Tudo faz sentido...

domingo, 27 de janeiro de 2008

Sublimar...



Havia uma garota que se comportava como uma princesa. De fato ela era, naquele contexto. Ela conhecia muitos mundos além do seu. Sabia bem diferenciar o que era seu e o que era o dos outros. Nem sempre seu mundo agradava aos estranhos, assim, como outros mundos não a agradavam, mas isso pouco a importava.
Diante de suas histórias ficávamos impressionados, apaixonados, admirados. E foi aí que me perdi. A coloquei em minha caixinha de idealizações e a trancafiei lá. Além de a sublimar a quis só para mim. Visitar outros mundos, ela não mais podia, iria a partir de hoje viver só no "meu" mundo.
Como princesa o seu reino chamado "Liberdade" possuía algumas riquesas, ou seja, o "ser" livre. E mais do que o esperado minha princesinha fugiu. Filha da puta!!!
Imediatamente convoquei para um reunião a Deusa das Águas, do Fogo e da Terra. Se preciso fosse, os mares se tornariam revoltos para trazer a princesinha de volta para mim, caso ela tivesse fugido de barco. O sol a queimaria no deserto. E a terra se tornaria movediça, a prendendo novamento no "meu" mundo. Pouco adiantou meus planos cruéis... em cada prova em que ela passava, mais ela se fortalecia e tinha certo consigo que a liberdade era indiponível. E eu a perdia mais e mais.
Quando me dei conta da fracassada estratégia, voltei a reavaliar os meus sentimentos em relação a princesinha, o que ela realmente significava e maneira como a desejava ao meu lado, se de fato, realmente eu desejava isso.

Conclusão:
- A princesa não é princesa. É uma mulher de princípios, às vezes encantadores e outras vezes repulsantes. Sua força é estonteante.
- Do seu mundo o meu maior aprendizado foi o respeito à liberdade a qualquer custo. E que os mundos mais encantadores nem sempre serão os meus. Tenho um só e é nele que quero viver, sem ter comigo priosioneiros e sim companheiros.
- Esqueci de convocar a Deusa do Amor para minha reunião. É, provavelmente ela se recusaria a participar, visto que o amor transita em 3 mundos, o meu, o do outro e o que construíremos juntos. Tem como princípio o livre arbítrio, pois trata-se de uma escolha o "viver junto".

Resultado:
Acabo de matar a princesinha...

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Explícito?! Nem tanto

"Poxa...
estava com saudade de suas mãos em mim
em minhas costas, coxas trêmulas
Estou com saudades dos seus lábios nos meus...
De suas mordidas intermináveis,
persistência excitante.

Estou com saudades amor meu...
do dia em que brincavamos feito crianças
Dançando em roda...
Quando pousava leve, sobre seu colo
E te acariciava a nuca...

Senti sua falta..."

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Desejos (Parte III)

"Desejar,
queria não.

Sofrer,
muito menos.

Apaixonar,
já foi o tempo.

Queria mesmo,
era ver os olhos teus..."

Sampa, numa tarde qualquer de um dia qualquer em 2008.

Beleza Pura
(Caetano)

Não me amarra dinheiro não!
Mas formosura
Dinheiro não!
A pele escura
Dinheiro não!
A carne dura
Dinheiro não!...

Moça prêta do Curuzu
Beleza Pura!
Federação
Beleza Pura!
Bôca do rio
Beleza Pura!
Dinheiro não!...

Quando essa prêta
Começa a tratar do cabelo
É de se olhar
Toda trama da trança
Transa do cabelo
Conchas do mar
Ela manda buscar
Prá botar no cabelo
Toda minúcia, toda delícia...

Não me amarra dinheiro não!
Mas elegância...

Não me amarra dinheiro não!
Mas a cultura
Dinheiro não!
A pele escura
Dinheiro não!
A carne dura
Dinheiro não!...

Moço lindo do Badauê
Beleza Pura!
Do Ilê-Aiê
Beleza Pura!
Dinheiro hié!
Beleza Pura!
Dinheiro não!...

Dentro daquele turbante
Do filho de Gândhi
É o que há
Tudo é chique demais
Tudo é muito elegante
Manda botar!
Fina palha da costa
E que tudo se trance
Todos os búzios
Todos os ócios...

Não me amarra dinheiro não!
Mas os mistérios...

Não me amarra dinheiro não!
Beleza Pura!
Dinheiro não!
Beleza Pura!
Dinheiro não!
Beleza Pura!
Dinheiro Hié!

Beleza Pura!

Desejos (Parte II)

"Olhar-te assim distante,
é um tanto desconcertante.

Olhar-te de perto,
temeroso.

Olhar-te abraçando-te
excitante.

Olhar-te beijando-te
ainda inimaginável."

Desejos (Parte I)

"Queria conhecer!
Assim poderia me dizer esotérico.

Queria sonhar!
Assim poderia me dizer utópico.

Queria amar!
Assim poderia me dizer amante.

Queria ver-te!
Assim poderia me dizer desbravador."