segunda-feira, 23 de junho de 2008

Lena



Sempre que assisto "Boys don´t cry" me comovo. A história de Tina é bela e com um fim trágico, pois a crueldade que sofrem àqueles que apenas exercem o amor indistintamente, infelizmente ainda é incompreendida e intolerada. Sem entrar no mérito da homofobia, hoje não falarei sobre ela e nem sobre Tina, quero apenas falar de Lena.
Lena me toca profundamente. A princípio ela se mostra introspectiva, intocável, distante. Num mundo muito dela, totalmente alheia ao que se passa ao seu redor. O cabelo sempre atrás da orelha, o olhar que mira o chão, braços cruzados, demonstra uma defesa constante. Por outro lado, seu batom extravagante e as unhas sempre pintadas é um tanto agressivo e distoa da sua expressão corporal.
Ao se relacionar com Tina ela desabrocha como uma rosa que se abre calmamente ao sol.
A delicadeza toma conta de seus gestos, a expressão rude desaparece, tudo se torna leve e sereno. A felicidade é contagiante. Isso é resultado do amor ou do sexo???
Prefiro pensar que é o amor... outros não.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Para Nina...




Hoje eu tive o desejo de escrever, mas, não sabia bem exatamente sobre o quê. Recordei-me de um texto que me foi pedido há meses. Como hoje em dia vendo cartas de amor, as trocos, as dou, e nunca as entrego a quem de fato me tocou, tratar-se-ía de uma exceção, pois este texto faço questão de entregar pessoalmente às mãos dela. Até porque não faria sentido eu escrevê-lo sem que ela se deleitasse com as palavras escritas pra ela. Ela precisa sentir-se amada, e isso só não basta, todos precisam saber que ela é amada, características de uma autêntica descendente do signo de escorpião.
A conheci mesmo antes de vê-la, sabia de suas histórias, de sua personalidade forte e do humor sarcástico, adorável por sinal. Como é comum acontecer, Patrick e eu sempre nos apaixonamos pelas mesmas pessoas. É batata, se ele gosta provavelmente eu gostarei. Se eu gosto provavelmente ele gostará. E com Nina não foi diferente. Foi questão de minutos para saber que o que ele falava era realmente peculariedades que distingue Nina das demais pessoas. E isso não é só pelo fato de sua semelhança com Hilary Swank, não caros, vai muito além disso. Nina é doce, contagiante e de sorriso fácil mas encantador. Ela te ganha pela simpatia e pelas piadinhas meio caídas. Tanto é verdade que um dia, na praia, se aproximou de uma mesa de completos desconhecidos se apresentou e logo em seguida já estava íntima do grupo, e foi na companhia destes estranhos aí que ela passou o resto de suas férias.
Pra ter esse nome tão meigo “Nina” ela não poderia ser diferente. Quando penso em Nina penso em algo pequenino, leve, suave, e realmente, é na sutileza de seus pequenos gestos que ela rouba-te nada mais que sua alma.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Confissões de uma estagiária...

Olá companheiros estagiários do meu país. Quero compartilhar com vocês as tragédias da vida de estagiário. É amigos, quem nunca foi, um dia será estagiário, creia.
Inicio essa sessão “Confidências de um Estagiário Desastrado” socializando minha primeira tarefa.
Foi-me incumbida a tarefa de ir ao Fórum tirar cópias de um processo. À primeira vista, parece tarefa fácil, mas gente, não é! Essa já era uma tarefa fadada ao fracasso, visto que não possuo “ainda” a carteira de estagiário, ou seja, não posso retirar os autos do cartório para tirar as benditas cópias. Bom, como advogado mandou o “estagiário” obedece e nem discute... Primeira regra que um estagiário deve saber.
Essa tarefa só era possível se tirássemos fotos do processo, coisa que aprendi recentemente com a Gi e essa possibilidade era o que ainda dava vida à minha missão.
Vamos aos fatos.
1ª Tragédia: os números dos processos que eu deveria tirar as cópias não existiam, apenas 1 deles conferia. Como estagiário tem que se “virar nos 30” (segundo dever do estagiário) inventei uns números lá que por Deus deram certo. E assim, consegui pegar um papelzinho que continhas todas as informações do processo, desde sua localização até a fase em que se encontra... até aí, OPERAÇÃO REALIZADA COM SUCESSO!

2ª Tragédia: antes de chegar ao cartório me ocorreu uma idéia: “Como devo pedir esses benditos processos???” “Qual a melhor frase???””Eu não posso falar quero os processos... o cartorário vai sacar que sou novata”, sugestões que passou pela minha cabeça:
- Quero ter vistas ao processo...
- Quero ter vistas no processo...
Na dúvida concluí a melhor frase é:
- “Vistas no processo”
Bom, o cartorário não riu... então acho que era isso mesmo.

3ª Tragédia: O cartorário não riu, mas fez uma cara blasé e riscou a folhinha que me referi logo acima e disse: “Dra. Esse processo é de Ribeirão Preto!”. Tipo, “garota como você vem aqui em São Paulo e quer ver um processo de Ribeirão???, e ainda, “idiota” porque você não leu a folhinha que contém “todas” as informações do processo e me poupou de responder essa pergunta tão primária”... Meu! Que culpa tenho eu se o advogado a quem obedeço me mandou vir aqui pegar cópias do processo??? Eu só obedeço... não discuto. Qué dizê! Bom, o foda foi que tinha vários advogados do lado, vendo o vexame que passei.

4ª Tragédia: Na outra vara consegui os processos dos quais eu teria de tirar fotos e depois contar com a sorte e tentar retirá-los do cartório para tirar os xérox. Beleza! Vamos lá.
Fotos:
-Inabilidade: se algum Cristo nunca tentou tirar fotos de folhas, tente pelo menos uma vez para saber que não é fácil. Mas, essa era minha função e eu tinha de tirar essas fotos de maneiras que elas ficassem legíveis. Pois bem, eu só não contava que o balcão do cartório batia nos meus seios, ou seja, pela minha pouca altura eu tinha de ficar nas pontas dos pés para conseguir tirar uma foto legível das folhas. Como fazer isso???
1º Pensamento: “Vou colocar esse trem no chão assim consigo ver o que estou fotografando.... poxa, o cartorário vai querer me matar... e pense, que beleza alguém com processos no chão agachada, mostrando o cofrinho e tirando fotos (cena esdrúxula) NÂO ROLA...
2º Eu tento abrir metade do processo e virar uma folha pra mim e tiro as fotos... Certo, alternativa mais viável.
Assim o fiz... na hora em que eu já havia tirado as fotos que me haviam solicitado, vi que outras páginas haviam sido juntas... PENSEI... vou tirar mais essas duas e faço moral, talvez seja importante... Bom, quem manda querer fazer o bem né??? Justamente por conta dessas folhas aconteceu o inesperado vi o processo na iminência de cair no chão e coloquei imediatamente minha mão em cima nas folhas que ainda faltavam cair... o peso do restante do processo, fez com que a última folha e a capa fossem rasgadas... quase inteiramente...
Pensei... TÔ FUDIDA, TÔ FUDIDA, TÔ FUDIDA... Quer merda... o que vou fazer??? OS caras vão pedir o nº da minha carteira, e eu não tenho. Cara, se eu confessar o fato neste momento não conseguirei tirar as fotos, muito menos as cópias. E também não dá pra eu sair correndo e deixar o processo rasgado lá. Como missão é missão vou fazer o que tenho que fazer e depois assumo a culpa... tirei o restante das cópias e me entreguei. Fiz cara de cachorro pidão, pedi desculpas, disse que foi sem querer, mas, que assumi todas as responsabilidades... blá, blá, blá.... com jeitinho ela me perdoou e me consolou, disse que isso acontecia.
Depois de todo esse drama ainda tive a cara de pau de pedir para retirar os processos, óbvio, sem número da carteira sem processo.
Ao menos me restou as fotos...
MISSÃO CUMPRIDA

Vendo cartas de amor!



Vendo cartas de amor!
E nem cobro favor.

Não exijo nada,
Só uma bela madrugada.

A minha namorada
Ainda não aprendeu a ser cortejada.

Ela ri desconfiada
Quando falo palavras de amor.

Por isso, vendo cartas de amor
Se não vale pra ela

Talvez pra outra bela
Transmita calor!

São Paulo, 13 de junho de 2008.