segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tropa Para a Elite

"Meu tempo anda em descompasso com o tempo do mundo,
quando embalo nessa rumba caliente
numa fração de segundos, esse passo da gente, perde o rumo
e não titubeio em pisar-lhe o pé
deixando minha marca muda
em seu sapato de veludo...

Quando penso em aceitar seus gracejos,
e levar na brincadeira a arrogância de sua gente,
quando dizem-me: "Esse é o natural"
Logo insurjo-me contra o coro,
quando vejo um garoto sendo asfixiado por um saco plástico
ou uma mãe querendo enterrar o filho...

NÃO!
Não vou rir quando assistir tortura!
Não vou rir quando assistir violência!
Não vou rir com a corrupção!

Que esquizofrenia é essa???

Não é bizarro o sofrimento.

A cada dia que passa, aplicam em nossas veias altas doses de conformismo,
de naturalidade.

Há pessoas que pede a ajuda do "Capitão Nascimento",
classifica como "bandidos" os pretos pobres,
como se estes não fossem seres humanos,
não tivessem direito à sua integridade física, moral,
e à sua própria vida.

Faço essa reflexão, pois dias após o lançamento do filme "Tropa para a Elite",
no Jornal Nacional passou a imagem de um helicóptero
atirando à queima roupa em dois meninos que corriam morro à baixo.
E todos viram isso e acharam "natural"...
Não era ficção!

Eram pessoas assim como eu,
assim como tu,
não se deixe enganar
reflita...”

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Rompendo o silêncio...

“Ela que me foi imposta
Que por toda vida me castrou
... me reprimiu
... me culpou
... me coagiu

Ela que me fez acreditar
No menor
Na inferioridade
Na impotência
que me calou

Hoje ela não me exclui
Não me diminui
Ela é dos outros
De uma pequena minoria
Que dita a exclusão com ousadia

Elaa me faz amar quem sou
E amar quem eu bem entenda
Compreenda!
Compreenda!

Elaa não faz mal a outrem
Não fere ou
Interfere
Elaa é minha e de mais ninguém

Elaa que sussurra
Que desassossega
Que me faz ser melhor
Que me faz ser quem sou

Elaa sem máscaras
Sem pudor
É ainda mais linda
Assim, por ser só minha...”

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Aos que vão nascer...

É verdade, vivo em tempo de trevas
É insensata toda a palavra ingénua. Uma testa lisa
Revela insensibilidade. Os que riem
Riem porque ainda não receberam
A terrível notícia.

Que tempos são estes!
Uma conversa sobre as árvores é quase um crime
Porque traz em si um silêncio sobre tanta monstruosidade.

(...)

Dizem-me : come e bebe! Agradece por teres o que tens!
Mas como posso eu comer e beber quando
Roubo ao faminto o que como e
O meu copo de água falta a quem morre de sede?

Apesar disso eu como e bebo!

Também eu gostaria de ter sabedoria.
Nos velhos livros está escrito o que é ser sábio:
Retirar-se das querelas do mundo e passar
Este breve tempo sem medo.
E também viver sem violência
Pagar o mal como o bem
Não realizar os desejos, mas esquecê-los.
Ser sábio é isto.
E eu nada disso sei fazer!

É verdade, vivo em tempo de trevas!...

(...)

Vós, que surgireis do dilúvio
Em que nos afundámos
Quando falardes das nossas fraquezas
Lembrai-vos
Também do tempo de trevas
A que escapastes.

Pois nós, que mudamos mais vezes de país que de sapatos
Atravessámos as guerras (...), desesperados
Ao ver só injustiça e não revolta!

E afinal sabemos:
(...)
Também a cólera contra a injustiça
Torna a voz rouca. Ah, nós
Que queríamos desbravar o terreno para a amabilidade
Não soubemos afinal ser amáveis.

Mas vós, quando chegar a hora
De o homem ajudar o homem
Lembrai-vos de nós
Com indulgência...”

Bertolt Brecht

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Papel de um militante apaixonado...

Era sábado, já nem sabia mais o parar dos ponteiros, quando me dei conta que passava das 23hs e havia saído de casa às 15. Não havia notado o tempo passar. A prosa era boa e a companhia também. Refletíamos sobre a necessidade dos povos serem os detentores de sua história, estes, já eram os que faziam a história, porém não a contava. O pecado é reiterado diariamente, não basta o aprendizado que possuímos quando vemos a história dos negros sendo contada e deturpada por brancos e ainda não nos preocupamos. E assim, o assunto foi tomando corpo.

Hoje, neste domingo belamente cinzento e chuvoso fique a pensar na noite passada. E me recordei das paixões que já tive. Quantas vezes desejei, planejei, fiz juras de amor, vi uma vida em comum, com amigos em comum, jantares, surpresas, discussões, porém, nunca declarei meu interesse, nunca exteriorizei meus sentimentos e planos!

Talvez, eu poderia ter vivido todas essas situações imaginadas, mas, não o fiz. E minha paixão jamais soube de minhas intenções, quem sabe até sentia o mesmo?!

A necessidade de se dar corpo a uma idéia, a um sentimento, ou até mesmo aos fatos que aconteceram é materialização de uma verdade. Se não dermos nossa versão, a nossa contribuição com a história, seja ela de nossa vida pessoal ou da luta dos povos, a verdade será distorcida, as conquistas serão parciais ou inexistentes.

Apropriemos-nos então da pesquisa cientifica, da constatação dos fatos e dos sentimentos e o coloquemos no papel. Gritemos aos quatro cantos do mundo nossas faceirices, nossa arte, nossa luta, nosso amor...



P.P., 22 de outubro de 2007.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

O "super ego" no Tribunal do Juri...

Embriagada pela liberdade de Simone, que deixa em crise minhas crenças e minha existência, eu conversava com Kamila sobre uma das passagens do livro “A força da Idade”. Como outras afinidades que nos aproxima, concordávamos com Simone que via com desconfiança e discordância as palavras de Cocteau que dizia:

“O poeta deve ignorar o século, permanecer indiferente às loucuras da guerra e da política: eles nos chateiam.”

Nesse sentido Kamila dizia que em nossa vida precisamos de emoções para “quebrar o silêncio”. Não dá para distancia-la da realidade como pretende Cocteau. Achei interessante sua colocação e resolvi escrever esse texto logo mais baixo.


“Na vida já ditada
Onde os caminhos foram trilhados
O passo perde a razão
Como é que se vive sem emoção?

Da esperança e do medo
De um futuro obscuro
Faço um filho e movo o mundo
Com maestria e canção

Deixo lá o meu lamento
Trago cá o instrumento
Que faz da vida
Uma apresentação

Quero a inquietude dos 20 e poucos anos
E me surpreender com seu grito rouco, louco
Que me quebras o silêncio
Nessa noite em solidão”


Termino esse texto com uma confissão e promessa.
Confesso que quando pensei em ter um blogger, este me serviria para não discutir as coisas sérias, pois a realidade já me bastava em amarguras. Iria aqui apenas apresentar os retratos de minha vida diária, ligada apenas aos meus conflitos pessoais, íntimos e que eu achava que merecia certo destaque. Era uma forma de refletir (meu divã) e compartilhar com quem quer que fosse esses pensamentos, além de exercitar a escrita. E hoje vejo que minhas contradições estão ligadas em boa parte com as contradições da sociedade e dessa não tenho como fugir ou omitir seus pré-conceitos e opressões, deixando de olha-la criticamente. Assim, pretendo não mais refugiar-me na minha interioridade, quero relaciona-las com o tempo em que vivo. E a promessa consiste em fazer isso nos próximos textos. Isso não quer dizer que abandonarei o sentimentalismo, mas sim, que o aproximarei das coisas mundanas.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Ah o amor!

Se me perguntarem o que é caviar terei de usar a celebre frase do Zeca Pagodinho “nunca vi nem comi eu só ouço falar”. Mas, se me perguntarem o que é o amor, comer eu nunca comi, mas já vi, li e escutei muito sobre este enigma. De vez em quando me ponho a criar teorias mirabolantes sobre este sentimento, e isso espanta alguns que já meio tontos por conta do horário e da cachaça não agüentam o baque do monólogo que apresento tão entusiasmadamente.

Neste momento as palavras já saem com defeito de fábrica, mais balbuciadas do que pronunciadas de fato. O olhar pequeno, mais do que já é, completamente cerrados denunciam o alto índice de embriaguez. Isso tudo dá um ar mais engraçado ao papo que pra mim é tão profundo. É sério sinto-me como o Lula falando da sua vida de presidente, é um tanto bizarro. Se um dia me encontrar na mesa de um buteco, sorrindo e falando de amor, corra e chame a ambulância é caso de internação (psiquiátrica é claro).

Foi o meu encanto por este tema e o encontro com uma linda história que me motivaram a escrever esse texto. E é ela que relatarei aqui (detalhe, a história não é minha, mas é verídica... E quanto a minha história de amor ela será contada daqui alguns anos num livro que escreverei em parceria).


“Ela já havia me falado dele e sempre enfática afirmava “me casarei com ele”. Eu não dava bolas, meu lado autista não dava créditos a um caso tão distante, tão idealizado. E o tempo passou mais desencontros do que encontros entre eles.

Quando se viam ficavam na ânsia de sentir um toque, mas, não se tocavam. A expectativa de um novo encontro a deixava nervosa, e seu olhar que tanto desejara os dele se desviava com o medo de se desvendarem ali todos os seus sentimentos e seus sonhos de uma vida em comum.

Já cansada de só esperar, de só desejar, de ter dele mensagens sem contexto, de palavras inexatas, de promessas subentendidas, resolveu aceitar aos convites existentes de um admirador que há tempos investia na conquista de sua atenção.

Essa nova relação a fez sentir-se segura, um pouco desprendida daquele sentimento que a deixava em cárcere.

E mais uma vez o reencontro seria inevitável e ela o queria por mais que soubesse que sairia desnorteada daquela situação. Seus encontros com ele sempre a deixara sem rumo, sem norte, sem chão, sem ar... E com ele se encontrou.

Conversaram horas, lado a lado como era de costume. Ela se monstrava indiferente, mas, seus olhos continuavam a mirar o chão. E ele empolgado por estar ao seu lado, não resistia, tocava-lhe sem querer a coxa, a fitava e passava horas com o pensamento em Budapeste.

Até que não resistindo ela o questionou:
- “Onde você está neste momento? Em que tanto pensa???”
Depois de alguns segundos que pareciam horas... ele gaguejou... fraquejou e disse o que lhe parecia apropriado.
- “Em nada”.
E ela envolta de uma força que não lhe era comum, insistiu:
_ “Você tem medo de mim”
Neste instante seu sangue voltou a lhe percorrer a face e num impulso se aproximou ainda mais dela...
_ “Você ainda acha que tenho medo de você?”
Ela emudeceu... e ele se aproximou mais...
- “Você ainda acha que tenho medo de você?”
Agora escondendo suas mãos para que ele não as tocasse e descobrisse o tanto que tremia... Balançou levemente a cabeça, em sentido negativo, como uma criança assustada quando o pai lhe pressiona para saber se andou cabulando aula. Depois disso só pode sentir lábios úmidos e doces encostando levemente nos seus. Ela sorriu com graça e se deixou levar por aqueles braços que sabia serem seus.”


Dedico à você Kelly essas singelas palavras.

P.P., 16 de outubro de 2007.

Paloma

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Ah promessa danada, ah promessa sem jeito!!

Incubiram-me a tarefa de escrever um texto e posta-lo aqui. Nunca fiz um texto por encomenda, estes sempre foram espontâneos, rasgaram a placenta violentamente para nascer e se impunham incontestavelmente a mim.

Num primeiro momento a proposta me soara um tanto desconcertante. Sentia-me como uma prostituta das palavras (como todo respeito aos profissionais do sexo), vendendo sentimentos, os "meus" sentimentos, a minha rima, minha causalidade, meus termos e os trágicos "erros do meu português ruim".

O que mais me angustiava é que fui precursora da proposta indecente. Pedi que me escrevessem um texto. Isso vem do meu encanto pelas palavras, dos prazeres e excitações que elas me proporcionam. É algo vicioso e mexe com minha libido.

Vi o mal que havia cometido... "como meu Deus impus a alguém algo tão pessoal???" Que gesto mais egocêntrico, desprezível.

E o mais interessante é que fui presenteada com um belo texto, texto digno de aclamações, mas, que eu não era digna dele. Isso se deu devido à alma serena e entregue às boas intenções.

Hoje o que me move a escrever-te é o desejo de retribuir tão singelas palavras, causar em ti a mesma estima que me fez sentir. Devo-te o prazer diário e a dedicação desmedida com que me tens.

Recordo-me bem do dia em que "ousadamente" tu pousaste sua mão na minha, foi leve, sutil e amável. Quando escuto Ben Harper me vem seu sorriso tímido, mas repletos de malícias. São sempre assim, suas “frases feitas” seguidas de minhas censuras absurdas. O que não deixa de ter sua graça.

Sua companhia me faz rir, talvez por seu jeito ser tão clichê.(não ia deixar de citar isso aqui, rs)

São diferenças que se dissipam na mesa do bar ou na disputa de um jogo e bilhar, e no fundo a velha canção do Poetinha "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça...".

Deixo aqui meu beijo e mais uma promessa cumprida.

P.P., 11 de outubro de 2007.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

25 de Março...

Não sou atacadista, nem compro em São Paulo pra revender no interior produtos importados da 25 de março. Eu sei que era véspera do dia das crianças e me encontrava na rua mais movimentada da Capital, veja isso:




Mas não, absolutamente não! Eu não tenho filhos, não tenho sobrinhos, afilhados e nem deixei de viver plenamente minha infância.
Não procurava brinquedos, muito menos liquidações.

Fui lá pra encontrar a Ana (olha o lugar que a mulher escolhe pra encontrar alguém), eu interiorana que nunca havia ido na 25 e ainda mais na véspera de uma data comemorativa. Resultado: cheguei com 30 minutos de atraso.

Depois de perguntar para o vendedor de bebidas ambulante, para uns milicos que estavam acompanhando o bom andamento dos transeuntes e para um lojista, descobri onde ficara a travessa “Ladeira Porto Geral”, corri, trombei em alguns sacoleiros, mas cheguei na esquina onde ela me esperava. Braços cruzados, já impaciente pela demora, mas com o mesmo olhar inquieto de tempos idos.

Nem tive tempo de me desculpar pela impontualidade, pois já respondia o questionário “porque tu ta vindo daquela direção???”... – “bom, foi a única saída do metrô que me ensinaram, não conhecia a outra e por isso tive de dar uma volta imensa da Praça do Anhangabaú até a famosa rua”. Era de esperar que eu me perdesse, visto que não sou daquela terra.

Mas vamos ao que interessa.

Apesar dos contratempos tínhamos de cumprir uma missão e essa era de grande valia. Estávamos naquela rua para comprar o MUNDO. É isso mesmo, o MUNDO! Procuramos em diversas lojas e nada. Andamos, andamos, e depois de muito andar numa minúscula loja em que mal cabiam duas pessoas, Ana encontrou o MUNDO. Não era bem como ela imaginara, mas era azul, e por isso resolveu levar. Além de levarmos o novo MUNDO embaixo do braço numa sacola preta, ainda conseguimos a nota fiscal, “conseguimos” não, “Ana” que conseguiu, por mim a nota era indiferente já que tínhamos o MUNDO em nossas mãos.

Engraçado, pois hoje pensando um pouco mais, vi que essa mulher que se prende em burocracia, que se preocupa e fica brava por uma nota fiscal ou por compras de DVDs piratas, é também quem vê num simples guarda-chuva um mundo em potencial e ainda convence outros de que realmente um outro mundo é possível.



De uma América à outra consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo


Terminamos nosso encontro proseando coisas da vida numa lanchonete qualquer. Já não via mais aquela apreensão em seu semblante, via apenas um sorriso descontraído.

Fui embora feliz por ter contribuído com o sonho do guarda-mundo.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Ahn?! Suco de Mamão com Guaraná???





A passagem por São Paulo nesses últimos dias, assim como nas outras vezes, foi surpreendente. Sempre que piso nesta terra esconde-se de mim o desejo de voltar para o meu interior (entenda como bem queira). Essa cidade me consome, direciona todos os meus sentidos e me impõe o seu ritmo desenfreado. Fico a pensar se gosto dela por necessitar desta submissão ou deste rumo já pré-definido. Bom, essas suposições tratam de meu inconsciente o que buscarei entender no divã de um psicanalista qualquer. O que poderia tranquilamente afirmar é que o céu rosado, o contraste evidente das diversas culturas, a arquitetura e as expressões artísticas, me encanta.
Foram muitos os momentos bons, com direito a serenata na praça, longas conversas próximo à lua, assim como horas de silêncio contínuo em boa companhia.
Reencontrei pessoas que estimo, por outro lado, desencontrei outros tantos excelentes amigos, como foi o caso do Ro (um dia contarei essa história detalhadamente).
Por fim, resta-me falar dos encontros e estes sim, foram inesquecíveis. Encontrei-me com a vida de Simone de Beauvoir e com o canto de Nina Simone, foi tanta empatia que as trouxe comigo. As conversas sobre o “AMOR LIVRE” não agradaram minha mãe, visto o fascínio e as longas discussões travadas com meu pai.
Encontrei também um olhar que durara pouco e bons segundos, mas foi o suficiente para não esquece-los. Não sei dizer se estes olhos me encaravam pela excentricidade do meu suco ou por algum encanto que pode ter os meus. Na dúvida, prefiro ficar com a segunda suposição.

Ahhh... e não é que o suco ficou ótimo.


P.P., outubro de 2007.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Naqueles tempos...

Reencontrei meu velho comparsa Rodrigo. E ao ouvir sua voz transbordei de felicidades e te digo meu amigo também sinto saudades e é pra você que eu fiz esa canção (em momentos sem rima e sem ritmo... mas, sei que tu compreenderá) com aqueles acordes que um dia você me ensinou em frente à minha casa.


“O ritmo que embala essa canção
Os acordes que tocam minhas mãos
O tom desafinado por nossa história
Começa agora
A se compor...

A música parece tão clichê
Da mesma forma quando penso em você
Talvez seja
Porque contigo foi que eu aprendi a melodia
De todo o dia, que não acaba mais

Recordo-me dos nossos velhos dias
Da antiga crença no disco voador
Da pescaria planeada,
Da peixada enluarada
Da viola encantada e do seu canto desafinado

Querido, o seu papo de astrologia
Convence tanto como minha ingenuidade,
Os seus passos de rock hall
A minha ginga tcha tcha tcha
Minha rima tão piegas
E o teu pega de colega
Tem a ver com o quê???”


Ass. a "Revoltada"

Pres. Prudente, 02 de outubro de 2007.