segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Papel de um militante apaixonado...

Era sábado, já nem sabia mais o parar dos ponteiros, quando me dei conta que passava das 23hs e havia saído de casa às 15. Não havia notado o tempo passar. A prosa era boa e a companhia também. Refletíamos sobre a necessidade dos povos serem os detentores de sua história, estes, já eram os que faziam a história, porém não a contava. O pecado é reiterado diariamente, não basta o aprendizado que possuímos quando vemos a história dos negros sendo contada e deturpada por brancos e ainda não nos preocupamos. E assim, o assunto foi tomando corpo.

Hoje, neste domingo belamente cinzento e chuvoso fique a pensar na noite passada. E me recordei das paixões que já tive. Quantas vezes desejei, planejei, fiz juras de amor, vi uma vida em comum, com amigos em comum, jantares, surpresas, discussões, porém, nunca declarei meu interesse, nunca exteriorizei meus sentimentos e planos!

Talvez, eu poderia ter vivido todas essas situações imaginadas, mas, não o fiz. E minha paixão jamais soube de minhas intenções, quem sabe até sentia o mesmo?!

A necessidade de se dar corpo a uma idéia, a um sentimento, ou até mesmo aos fatos que aconteceram é materialização de uma verdade. Se não dermos nossa versão, a nossa contribuição com a história, seja ela de nossa vida pessoal ou da luta dos povos, a verdade será distorcida, as conquistas serão parciais ou inexistentes.

Apropriemos-nos então da pesquisa cientifica, da constatação dos fatos e dos sentimentos e o coloquemos no papel. Gritemos aos quatro cantos do mundo nossas faceirices, nossa arte, nossa luta, nosso amor...



P.P., 22 de outubro de 2007.

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