quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Ah o amor!

Se me perguntarem o que é caviar terei de usar a celebre frase do Zeca Pagodinho “nunca vi nem comi eu só ouço falar”. Mas, se me perguntarem o que é o amor, comer eu nunca comi, mas já vi, li e escutei muito sobre este enigma. De vez em quando me ponho a criar teorias mirabolantes sobre este sentimento, e isso espanta alguns que já meio tontos por conta do horário e da cachaça não agüentam o baque do monólogo que apresento tão entusiasmadamente.

Neste momento as palavras já saem com defeito de fábrica, mais balbuciadas do que pronunciadas de fato. O olhar pequeno, mais do que já é, completamente cerrados denunciam o alto índice de embriaguez. Isso tudo dá um ar mais engraçado ao papo que pra mim é tão profundo. É sério sinto-me como o Lula falando da sua vida de presidente, é um tanto bizarro. Se um dia me encontrar na mesa de um buteco, sorrindo e falando de amor, corra e chame a ambulância é caso de internação (psiquiátrica é claro).

Foi o meu encanto por este tema e o encontro com uma linda história que me motivaram a escrever esse texto. E é ela que relatarei aqui (detalhe, a história não é minha, mas é verídica... E quanto a minha história de amor ela será contada daqui alguns anos num livro que escreverei em parceria).


“Ela já havia me falado dele e sempre enfática afirmava “me casarei com ele”. Eu não dava bolas, meu lado autista não dava créditos a um caso tão distante, tão idealizado. E o tempo passou mais desencontros do que encontros entre eles.

Quando se viam ficavam na ânsia de sentir um toque, mas, não se tocavam. A expectativa de um novo encontro a deixava nervosa, e seu olhar que tanto desejara os dele se desviava com o medo de se desvendarem ali todos os seus sentimentos e seus sonhos de uma vida em comum.

Já cansada de só esperar, de só desejar, de ter dele mensagens sem contexto, de palavras inexatas, de promessas subentendidas, resolveu aceitar aos convites existentes de um admirador que há tempos investia na conquista de sua atenção.

Essa nova relação a fez sentir-se segura, um pouco desprendida daquele sentimento que a deixava em cárcere.

E mais uma vez o reencontro seria inevitável e ela o queria por mais que soubesse que sairia desnorteada daquela situação. Seus encontros com ele sempre a deixara sem rumo, sem norte, sem chão, sem ar... E com ele se encontrou.

Conversaram horas, lado a lado como era de costume. Ela se monstrava indiferente, mas, seus olhos continuavam a mirar o chão. E ele empolgado por estar ao seu lado, não resistia, tocava-lhe sem querer a coxa, a fitava e passava horas com o pensamento em Budapeste.

Até que não resistindo ela o questionou:
- “Onde você está neste momento? Em que tanto pensa???”
Depois de alguns segundos que pareciam horas... ele gaguejou... fraquejou e disse o que lhe parecia apropriado.
- “Em nada”.
E ela envolta de uma força que não lhe era comum, insistiu:
_ “Você tem medo de mim”
Neste instante seu sangue voltou a lhe percorrer a face e num impulso se aproximou ainda mais dela...
_ “Você ainda acha que tenho medo de você?”
Ela emudeceu... e ele se aproximou mais...
- “Você ainda acha que tenho medo de você?”
Agora escondendo suas mãos para que ele não as tocasse e descobrisse o tanto que tremia... Balançou levemente a cabeça, em sentido negativo, como uma criança assustada quando o pai lhe pressiona para saber se andou cabulando aula. Depois disso só pode sentir lábios úmidos e doces encostando levemente nos seus. Ela sorriu com graça e se deixou levar por aqueles braços que sabia serem seus.”


Dedico à você Kelly essas singelas palavras.

P.P., 16 de outubro de 2007.

Paloma

2 comentários:

Marcela disse...

'nunca vi nem comi, eu só ouço falar', essa foi genial!
mas vc sabe, né, quem ri por último ri melhor...
beijos.

Marcela disse...

amor? pfffffffffffff
um bando de palhaços querendo procriar, isso sim.
ahaha, acho que tô meio azeda hoje.
beijos, se forma logo e vem pra sp.