sexta-feira, 15 de outubro de 2010

E?!

Me entreguei como nunca antes,
me rasguei entre seus dedos
que exigi em mim.

Conduzi sua mão pelo meu corpo
suas palavras em meu tempo
meus sonhos para junto dos seus.

Não contive o gemido,
suspirei em seu ouvido
revirei os olhos diante de ti.

Confessei meu desejo pelo gozo
gozo meu
gozo seu.

E agora me sinto assim...
sinto
assim!

domingo, 21 de março de 2010

Arremesso de palavras...


Penso em meus amigos com saudade
ao mesmo tempo sinto-me feliz,
não por isso, absolutamente, 
mas por hoje ver o céu lindo, o espaço, aspiro...

Não corro mais, me concentro
Meu tempo não se pauta no fluxo da cidade
Sou eu a transitar por entre suas ruas
Na bainha de suas saias

Sinto falta da boca doce
dos beijos tais, 
das mãos afoitas
da despedida que não tivemos

Mudei, mudamos
amizade d’outrora
reinventada no tambor dos blocos paulistanos
desfecho inesperado, a principio desconcertante

Conheço-te bem,
e você a mim mais ainda
sabes de meus versos diabéticos, piscianos
sei de sua palavra ordenada, de seus mandamentos e posse irremediável

Não creio que me apaixonei, não creio também no contrário
sei que já existia o amor fraterno e
hoje apenas desejo seus olhos pedintes/sacanas
sua voz rouca, seu colo quente

Sua força me privando
Atando meu corpo
Me contrariando
Por não poder te tocar, apenas ser tocada

Em suma,
saudades e mais saudades
dos amigos
e das amizades amantes

Sinto falta dos outros amantes
que se resumiam 
na condição de simples amantes
não amados

Dos ex-amores
que não vingaram, mas que foram
e que por serem ex amores
permiti que por um tempo ainda transitassem em mim

Isso, esses, essas
ficaram
la estão
distantes e próximas de um aceno

Agora me permito falar do presente
Me engano e me divirto ou melhor me distraio
Recorro-me das palavras de Cazuza:
“o teu amor e uma mentira que a minha vaidade quer”

Cara cara quando vejo
aqueles gestos repetidos
percebo o quanto 
reparo naquelas singularidades

Me pego tentando descobrir
tateando por entre palavras
tocando absurdos
criando mundos

Só desejo,
talvez possuir
um dia conhecer
e quem sabe amanhecer

Me recordar um dia
das horas gastas, suadas
da voz sussurrada
costas molhadas

Da confidencia
dos segredos
teimosia
dos beijos estremecidos.

Neste instante, 
no cortar da madrugada
o samba de João Nogueira
o pensamento solto o e a necessidade de registrá-lo

Atiro palavras
como se jogasse pedrinhas no rio
esperando
que elas saltitem sobre água

Cruzo a garoa paulistana
com o céu de Brasilia
talvez dessa fusão que teci
brote o melhor

Um chorinho
com pitadas de rock retro
Meus passos rápidos no tom de Sampa Caetanesca
com meus passos contempladores das curvas de Niemeyer

Meus pés sem terra
De raiz adaptável em qualquer chão
Agora pede parada, pouso, um
teto, gato, cachorro e outros pés para roçar la pelas 4 da matina.

Obs.: o teclado esta desconfigurado.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Eu Efusiva

Outro dia dialogava com uma grande amiga e entusiasmada contava a ela sobre o fim de semana, não apenas sobre as coisas práticas mas também mencionei os diálogos travados. De repente me deparei com uma afirmação: "Como você é efusiva!"... A princípio pensei "peraí deixa eu me certificar"... fui imediatamente pesquisar no google, e veja:
Que manifesta efusão;
fervoroso;
expansivo;
caloroso;
Bom se ela tem razão eu não sei, mas, ela se manifestou depois que eu confidenciei que havia dito à uma pessoa com quem saí que o sexo com ela tinha sido EXTRAORDINÁRIO!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Paixões

Em algum momento e para alguém próximo ou distante (não me recordo bem) confidenciei que tenho medo de minhas palavras. Tenho mania de descrever fatos, pessoas e princpialmente meus romances com um olhar apaixonado e às vezes realmente estou, noutras nem tanto. Talvez seja uma mania de querer ver beleza em tudo, uma audácia ao suprimir os desencantos e revelar apenas aquilo que me apetece.
Até outro dia não me dava conta desta miopia, tinha apenas o medo das consequências geradas por minhas palavras (medo em não corresponder às minhas juras), mas não conseguia notar que as minhas palavras decorriam justamente deste deslumbramento pelos contornos simétricos que eu dava ao outro. E este é o maior equívoco que eu cometera.
Hoje compreendo melhor meus defeitos e qualidades e já consigo reconhecê-los no outro, mas é lógico, ainda tenho um olhar apaixonado, "apaixonado intrigado", ou seja, hoje contemplo com ternura e curiosidade.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Viceversa

Tengo miedo de verte

necesidad de verte

esperanza de verte

desazones de verte



tengo ganas de hallarte

preocupación de hallarte

certidumbre de hallarte

pobres dudas de hallarte



tengo urgencia de oírte

alegría de oírte

buena suerte de oírte

y temores de oírte



o sea

resumiendo

estoy jodido

y radiante

quizá más lo primero

que lo segundo

y también

viceversa.

(Mario Benedetti)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Sobre os suspiros a que aspiro...

De fantasia me visto se avisto
Em meus sonhos
A faísca de desejar
Aqueles dedos entre os meus

Se nego e desvio
Ruborizo só de imaginar
Absurdo?
Sei lá, sorrio ao pensar

É engraçado,
Doce,
Um prazer que se esconde nos gestos
Se é que isso é possível!

Aliás...
NÃO! Não devo imaginar!
Se imagino desejo
E como é gostoso pensar...

Desenhar as situações mais inusitadas
Aquele beijo de chegada
Algumas palavras entrecortadas
Seus dizeres decodificados

Ah quanta bobagem!
Mas que sorrio
Ao pensar...
Ah como sorrio! rs