sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vô!

Nestes últimos dois dias vi muito meu avô.
O vô Milton!
Vi o vô no sorriso dos seus irmãos, tão simples, tão nobres e amorosos.
Vi o vô nas mãos trêmulas da minha mãe e dos meus tios.
Vi o vô nas lágrimas e na força de minha vó.
Vi o vô nos braços do meu pai e das minhas primas que me acolheram tão amavelmente.
Vi o vô no desespero dos seus amigos.
Vi o vô nas traquinagens das sua irmãs que adoram uma festa e uma cachacinha...

Vi muito o vô nas minha lembranças.
Quando ele me levava para pescar e eu espantava os peixes com minha inquietude infantil e ele me mandava ficar quietinha para que os peixes pudessem cair no nosso anzol. Logo depois, eu o denúnciava dizendo que ele havia brigado comigo, me chamado de filha da puta, vagabunda, e ele gargalhava quando me via contando essas mentiras.

Vi o vô paciente no zoológico, pois era a milézima vez que eu o fazia me levar lá para ver a onça pintada, as cobras, os tucanos. Ele dizia "é uma judiação deixar os bichinhos presos".

Vi o vô na Marina nadando comigo.

Vi o vô fazendo o chuurrasquinho de fim de semana, e lógico com a canequinha de alumínio congelada que ele tanto gostava e a salada de pepino com pimenta do reino.

Vi o vô saindo da barragem Taquaruçu onde ele prestou serviços por algum tempo. Ele me trazia uma boneca que chorava.

Vi o vô buscando chepa para a mãe, logo ao amanhecer.

Vi o vô sentado na cadeira de área lá na frente da casa e fazendo as continhas que ele tanto gostava. Depois de tanto tempo descobri o porquê de tantas contas... ele na verdade estava fazendo as contas de quantas cabeças de boi daria para netos caso ele ganhasse na mega sena.

Vi o vô muitas vezes esses dias e descobri o quanto ele está presente em minha vida!

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