terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Contemplação...




"Foi algo novo para mim. Ignorava as manhas da sedução e sempre tinha escolhido ao acaso as noivas de uma noite, mais pelo preço que pelos encantos, e fazíamos amores sem amor, meio vestidos na maior parte das vezes e sempre na escuridão para imaginar-nos melhores. Naquela noite descobri o prazer inverossímil de contemplar, sem as angústias do desejo e os estorvos do pudor, o corpo de uma mulher adormecida."


(Gabriel Garcia Márquez em Memória de minhas Putas Tristes)

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