quinta-feira, 5 de julho de 2007

Uma canção singela, brasileira...

“Ontem me veio a idéia de escrever uma canção. É, nos tempos do cólera que a inspiração transborda. Recordo-me de uma amiga lacaniana dizendo que isso chama-se sublimação, acho que é isso, sublimação. O ato de transportar para arte (se é que meus escritos podem ser assim denominados) os sentimentos, sejam angústias, felicidades, enfim, tudo que permeia as dores humanas. Para não escrever bobagens resolvi buscar o sentido da palavra num dicionário que tenho às mãos, este diz:

SUMBLIMAÇÃO, s.f. Ato ou efeito de sublimar; transformação do impulso vulgar a domínio religioso, metafísico ou artístico.”

Bom, não confio muito em dicionários, pois eles são preconceituosos. Assim, se alguém souber realmente o que a psicologia fala sobre o tema, fique à vontade para expor a verdade aqui neste cantinho.

Então, voltando... mas, não escrevi a canção não. Tenho certeza que ela seria das mais melancólicas, daquelas de que o pai foi comprar o cigarro na esquina e nunca mais voltou, deixando a mulher com 7 barrigudinhos pra cuidar.

Hoje até poderia escrever uma canção, só que teria de ser um samba, pois o samba é alegre, sacana. Lógico, tem aqueles de desilusões, mas, mesmo estes têm um sabor de pecado.

Cartola é foda. Corre atrás do perdido sempre. Depois de fazer as cagadas escreve à mulher amada ...“volto ao jardim com a certeza que devo chorar, pois bem sei que não queres voltar para mim”... Já Vinicius é o conquistador nato, chuta de escanteio e marca de cabeça (tá vendo? Também entendo de futebol – lembranças das aulas de futsal motivadas por uma paixão pelo técnico) “e na luz dos olhos teus, eu acho o meu amor e só se pode achar.. que a luz dos olhos meus precisam se casar”... o cara falava até em casório, pode? Se não bastasse, ele era como aqueles bandidos que além de vender a mãe a entrega... pois é, ele dizia que ia casar e casava, nove vezes, nove vezes, nove vezes.

Pensem, 9 vezes conhecendo a família das noivas, fingindo gostar da comida, 9 sogras e 9 sogros, 9 vezes agüentando os cunhados malas e fazendo gracejos com os sobrinhos... Ai ai ai... isso não é pra qualquer um.

Bom, vou parando por aqui minha paranóia delirante, pois ainda tenho de andar pelas ruas de Sampa, pegar o metrô dos exaustos (essa hora é a volta para cara casa de quem saiu às 5hs da matina, não é à toa que entram em transe no vai e vem do trem) e ainda topar com os migrantes do Brás que tentam se esconder do frio com uns pedacinhos de papelão.”

2 comentários:

Tati disse...

"As mulatas vão sambar,quem samba tem alegria" já cantava Vanessa da Mata,cantava o samba que é da massa,q é do povo e por isso é tão nosso,o samba q é uma orquestra que rege tb os jogadores brasileiros....o samba sempre cantado numa roda de cerveja pelas pessoas q a podem beber :) e q gostam de contemplar uma boa música....
Impressionante 9 vezes??Poxa....acho q só com muito empenho e vontade de dar certo....
Espero algum dia ainda escutar esse samba q tu não criastes mas já suscitastes em nós o desejo de ouví-lo....
beijos...

Pá Mariano disse...

é pá, tbém escreveria um samba de 4 notas só.