quinta-feira, 28 de junho de 2007

Amizades Inesperadas...

"Welington chega com suas balinhas de 1 real e nos oferece, conversado, sorridente, meigo, um sorriso malandro e expert em percussão. Batucamos na mesa acompanhando a canção que tocava, ele mandava bem. Com as mãozinhas pequenas e com duas moedas fazia um som diferente, só que foi-se embora depois que tiramos uma foto e eu fiz chifrinho nele, acho que não curtiu a brincadeira, eu não sabia que era tão genioso.
Logo depois chega o Rafael e diz:
- Farei uma charada e quem não acertar compra de mim um pacote de chicletes, certo???
“Eu e meu irmão saímos de São Paulo rumo ao Espírito Santo, no meio do caminho encontramos 2 amigos e cada um deles tinha 2 filhos, quantas pessoas foram para o Espírito Santo???
- Ah, essa é fácil... 8 né Rafael?
- Você, você, você e você (apontando com o dedo) terão de comprar meus chicletes, erraram a charada...
- Erramos nada meu, são 8.
- Só eu e meu irmão fomos para o Espírito Santo, então são 2 e não 8, porque nosso amigos apenas encontramos no caminho... hahahaha
- Ta certo, ta certo...
Foi assim que começamos a conhecer essa figurinha, tinha 12 anos e estava na 4ª série, o acompanhara até ali dois irmãos e um vizinho que conhecemos instantes depois. O vizinho era David, mais alto e retraído diferente de Rafael que era expansivo. David conhecia algumas canções do Racionais até cantou para nós num momento de descontração. Todos ali tinham algo em comum, amavam funk. Me ensinaram uma canção que era mais ou menos assim (foda que só lembro do finalzinho):
“tremi, tremi a cabaça”
Ah, detalhe, eles não sabiam o que era "cabaça". O Thiago o mais inquieto e o mais carente tinha 10 e ele acreditava que cabaça era um “soco no olho”. Bob explicou-lhe que “cabaça” servia como recipiente para armazenar água, como também, para compor o berimbau (instrumento musical). E assim, conseguimos chegar a uma melhor definição do que seria “cabaça”. A Michele era a mais calada, e a única menina do grupo, era tomada de uma timidez que fora pouco a pouco quebrada. Descobri que ela era do signo de peixes, o mesmo que o meu só que ela só tomou conhecimento disso após 11 anos de sua vinda ao mundo, quando lhe contei que a pessoa nascida no dia 4 de março era de peixes. Não sei bem para o que essa informação poderia lhe servir, mas não deixei de comunicá-la.
O mais esperado da noite que causou febre e espanto nos nossos novos amigos, foi quando Merlyn tirou as lentes de contato para provar-lhes que pouco enxergava sem as mesmas, e que estas eram como óculos para ela. Teve que fazer isso 2 vezes, porque Thiago não tinha visto da primeira.
Findamos a noite com um brinde de coca-cola e saboreando um lanche bem gostoso, que Giane fez questão proporcionar. Eles tiveram de ir embora, visto que já estava quase na hora do metrô fechar e eles ainda precisavam chegar em Guaianases. Combinamos de nos reencontrar, talvez no sábado... se tudo der certo. De qualquer maneira, eles ficaram com nossos contatos e conosco a felicidade de ter conhecido uns pequeninos tão bacanas, além da foto de despedida."

Sampa, junho 2007.

5 comentários:

Unknown disse...

Mandou bem Pá... é muito importante registrar este momento que passamos... particularmente fiquei muito emocionada...Ahhh um dia quero cuidar de algum rafael, david, michele, welington... enfim de alguns piquititinhos!

Paloma Gomes disse...

Rs...
Quilombolinhas Piquititinhos...
Eu ajudarei a cuidar deles, conte comigo...

Unknown disse...

Pah, querida, gostei da crônicazinha. Espero que cultive de verdade o seu blog. Beijão, moça.

Tati disse...

Oi linda,
então como prometido estou aqui,acho q é de atitudes como essa que sentimos falta a cada momento nesse círculo de vida em que estamos....atitudes desinteressadas,fraternas....percebe-se que vc é uma pessoinha especial.....
"Não existe grandeza quando a simplicidade, bondade e a verdade estão ausentes."
Leão Tolstoi
Um ótimo dia pra ti...
Beijos...Tatinha..

Pá Mariano disse...

Começou com tudo hein Rata.
Blogue bombando! Até que ficou legalzinho o texto... rarará
Tô brincando, gostei viu, comi ele como se estivesse me deliciando com um prato da Dona Bela, num domingo daqueles, em que a Gi enfia no coração a faca que gera o berro, do leitão criado para isso mesmo.