sexta-feira, 25 de julho de 2008

Quando o cotidiano se torna o extraordinário...

“Meu riso se fez bobo quando notou seu olhar
Jamais te olhei com estes olhos de encantamento

Passava-me cotidianamente como os passageiros do metrô
Era-me indiferente...

No dia em que me sinto tocada
Vais-te embora

Esses dias de ausência
Arranca-me os pensamentos

Faz de mim explorador
Garimpeiro...

Que estoura minas
Na busca da mais rara pepita

Querendo apenas conhecer
Os tons de suas CORES quenteS

Da sua voz rouca
Que rompe a calmaria da madrugada”

Sampa, 25 de julho de 2008.
“Esse par de olhos mansos
jaboticaba madura
Dos campos a liberdade
Dos anjos tem a candura
Tem um néctar precioso
O doce da rapadura
No meu peito feito cachoeira
Com sabor de água pura

Pois quem anda sob esses olhos
não tem medo de nada”
("Olhos Mansos, Zé Geraldo")

Música do dia



Semente de Tudo
"Eu sou o atalho de todas as grandes estradas
por onde passei

Das vilas pequenas cidades por onde andei
Herança de casos passados, migalhas do pão consumido

Eu sou a metade de tudo que você tem sido
Nas ruas num sol de dezembro
eu sou o farol e a contra mão

Da flor que carregas no peito
Simples botão
Sou parte maior desse germe
que prolifera e contamina
Querendo construir morada em você menina

Doce menina, doce menina
Eu sou uma parte do pó
Que compõe a estrada de terra
Você é água cristalina lá no pé da serra

Retalhos de noites vividas
num albergue, pensão ou motel
mostrando caminho seguro
Um jeito de céu

Eu sou uma parte da noite
que entra no dia no alvorecer
Você é a semente de tudo
Eu vivo a partir de você
Eu sou uma parte da noite
que entra no dia no alvorecer

Você é a semente de tudo
Eu vivo a partir de você
La la"


(Zé Geraldo)

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sampa II...

"Desejei que São Paulo fosse São Paulo nos fins de semana...
Sem pressa... dia em que o céu resolve insunuar-se para os paulistanos...
Há poucos carros, há pessoas caminhando na rua e não correndo,
Conversam descontraídamente nos bares das esquinas, sorriem...

Os bairros são como cidades do interior e não crescimento urbano desenfreado.

Posso ver meu vizinho a passear com o cachorro,
encontro casualmente meus amigos na feira comendo pastel
É, feiras, pastel, encontros casuais...

Desejei que São Paulo fosse São Paulo de madrugada,
Onde o silêncio é absoluto,
As ruas transitáveis...

Vejo a Paulista na sua imensidão e eu no meio dela com os braços abertos...

Noutro dia caminhei ao luar Paulistano,
vi a lua,
sorri pra ela...

Conheci um leão,
de olhos grandes,
patas quentes que me roçaram as costas,
acordei arranhada,
e ainda com o perfume daqueles pelos macios
e com saudade da noite de lua no coração do Brasil!"

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Reflexão...

"Parei de exigir do tempo a satisfação dos meus desejos.

Não dá para apressar aquilo que está po vir.

Violência é impor o que se quer, na hora em que se quer.

Em se trantando de pesssoas o tempo, a paciência e o conhecimento é o senhor dos acontecimentos.

Por isso aguardo calmamente, como uma boa pisciana.

Vou seguindo, sentindo os sabores e dissabores.

Guardo aquilo que vivi e descarto o que está por vir."

terça-feira, 15 de julho de 2008

Encontros e Desencontros...

“Estava sentada, lendo distraidamente o jornal daquele dia, não tivera tempo de lê-lo pela manhã e o fazia agora, na parte da tarde, num café no centro da cidade. Como tinha muito tempo até o próximo compromisso não poupou as leituras desnecessárias, leu até o caderno de esportes, mas, antes viu os filmes que estavam em cartazes e as peças teatrais gratuitas que seriam apresentadas no fim de semana. O horóscopo lhe era favorável, falava em aproveitar as oportunidades e um novo amor apareceria em sua vida. “Bláh!”. Há tempos estava descrente em romances, passara já do tempo em que se imaginava paixões arrebatadoras, sua cara incrédula ao ler as linhas do seu signo fizera a mulher que estava um pouco mais à sua frente, na mesa encostada na parede, rir. Pelo visto ela já lhe observava fazia algum tempo e não conseguiu conter o riso ao ver seu olhar blasé e o “bláh” que havia acabado de resmungar.
Indignada com o riso petulante da sua vizinha curiosa resolveu revidar a invasão de pensamentos e lhe fez uma cara carrancuda que demonstrava toda sua revolta e sua indisposição em fazer novas amizades. O que ela não esperava era que a mulher à sua frente não agüentou e riu ainda mais, até tentou colocar a mão na boca para não mostrar que sorria, mas a gargalhada foi mais alta.
Quando percebeu, viu que a mulher que rira de seus gestos levantava de sua mesa, foi um gesto calmo, mas, preciso. Ao levantar passou a mão nos cabelos, que eram compridos e escuros, olhou em sua direção e se aproximou. Olhando-a de cima, pois ela continuava sentada e incrédula, sorriu e inclinou-se até chegar ao seu ouvido sussurrando-lhe:
- Pelo visto a página de horóscopo não lhe foi favorável hoje, pude ver de longe que não ficaste feliz com o que viu. Porém, o seu rosto de insatisfação foi a coisa mais bela que poderia ter acontecido neste dia!
Totalmente sem reação pelo o que acabava de acontecer a única coisa que conseguiu dizer foi:
- Não acredito em horóscopos...
Inclinando-se ainda mais e tomando-lhe o jornal de suas mãos a vizinha lhe disse:
- Deixe-me ver! Que signo é? Huum.. peixes???
Enquanto lia, sua face ficou rente à dela, tocando-lhe rosto com rosto, e nisso pode sentir o perfume da vizinha curiosa... era um cheiro bom. E pelo que pode notar, sua pele era macia... Quando voltou a si, percebeu que desejava aquela estranha desconhecida que lia em voz alta o seu destino. “... e um novo amor aparecerá em sua vida” ...
- Mas isso é bom!
- É bom para quem acredita em amor!
- E você, não acredita???
- Não mais!
- Porquê?
Perguntou espantada olhando-a penetrantemente nos olhos... neste momento, já nem sabia mais se acreditava ou não em amor, não sabia mais quem era, seu nome, endereço... só sabia que os olhos de sua vizinha curiosa eram duas jaboticabas vivas, ternos... o que era mesmo amor???
Sorriu sem notar, lembrando dos versos daquele poema que dizia assim mais ou menos assim: “O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato”... Logo em seguida pensou em como seria doce os beijos daquela mulher inclinada em sua frente, olhando-a com cara de espanto.
Percebeu quanta bobagem passava em sua mente naquele instante e que vizinha curiosa e bela esperava ansiosamente sua resposta.
- Se eu te disser que a partir deste instante não acredito nem que eu existo você levaria à sério???
Meio constrangida a vizinha fez sinal com a cabeça que sim.
- É que depois que vi os olhos teus não sei mais de mim.”

domingo, 13 de julho de 2008

Mãos...

“Impossível definir o que sinto...

e o que sinto vem de você,

você que atormenta meus dias,

como diria um filme italiano:



“de dia penso em você Itália,

e à noite sonho...”



me acompanha suas palavras doces e insinuantes

desde do anoitecer quando deito em minha cama fria

até quando amanheço, e um novo dia começa

Poderia ser inocente, indecente, adolescente...

Uma mistura do obvio com o misterioso, enigmático...



Se o que sinto vem de você,

É você que tento desvendar...

Horóscopos já não me bastam,

Assim como suas palavras...

Já não me contento com o que suponho...



Quero seus dedos roçando minha nuca,

seus braços me envolvendo e me levando junto ao seu corpo... frágil

suas mãos buscando as minhas, pedindo meu toque...



Quero sentir seu cheiro que ficou em minha roupa da noite passada,

quero sua fala mansa e sua conversa interminável durante à madrugada...

devaneios nossos, só nossos enquanto resistimos ao sono persistente que teima em nos arrastar



Assim como você que amanhece comigo em meus pensamentos

quero amanhecer com você mesmo não tendo dormido...



E sim,

minhas mãos despidas, despidas de qualquer razão

de qualquer pretensão, de qualquer, qualquer...

tocarão seu corpo delicadamente, assim como um cego tateando o desconhecido...

querendo conhecer seu corpo, seus prazeres, receios...

Seu corpo para minhas mãos será um templo,

o templo onde as horas passam sem se notar

onde a paz é sentida

e o querer incomensurável”



(Inspirado em minha Deusa Coroada)

Presidente Prudente/SP, 06 de maio, de 2007.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Vô!

Nestes últimos dois dias vi muito meu avô.
O vô Milton!
Vi o vô no sorriso dos seus irmãos, tão simples, tão nobres e amorosos.
Vi o vô nas mãos trêmulas da minha mãe e dos meus tios.
Vi o vô nas lágrimas e na força de minha vó.
Vi o vô nos braços do meu pai e das minhas primas que me acolheram tão amavelmente.
Vi o vô no desespero dos seus amigos.
Vi o vô nas traquinagens das sua irmãs que adoram uma festa e uma cachacinha...

Vi muito o vô nas minha lembranças.
Quando ele me levava para pescar e eu espantava os peixes com minha inquietude infantil e ele me mandava ficar quietinha para que os peixes pudessem cair no nosso anzol. Logo depois, eu o denúnciava dizendo que ele havia brigado comigo, me chamado de filha da puta, vagabunda, e ele gargalhava quando me via contando essas mentiras.

Vi o vô paciente no zoológico, pois era a milézima vez que eu o fazia me levar lá para ver a onça pintada, as cobras, os tucanos. Ele dizia "é uma judiação deixar os bichinhos presos".

Vi o vô na Marina nadando comigo.

Vi o vô fazendo o chuurrasquinho de fim de semana, e lógico com a canequinha de alumínio congelada que ele tanto gostava e a salada de pepino com pimenta do reino.

Vi o vô saindo da barragem Taquaruçu onde ele prestou serviços por algum tempo. Ele me trazia uma boneca que chorava.

Vi o vô buscando chepa para a mãe, logo ao amanhecer.

Vi o vô sentado na cadeira de área lá na frente da casa e fazendo as continhas que ele tanto gostava. Depois de tanto tempo descobri o porquê de tantas contas... ele na verdade estava fazendo as contas de quantas cabeças de boi daria para netos caso ele ganhasse na mega sena.

Vi o vô muitas vezes esses dias e descobri o quanto ele está presente em minha vida!

terça-feira, 1 de julho de 2008

O que se faz em três minutos?




"Roubo um beijo...
Atravesso um rua
o café esfria
ouço uma música
tento não pensar em você
penso em mim
faço um miojo
decido se devo ligar
ligo
recordo um sorriso
desisto de um amor
e escrevo essas palavras"

E você? O que faz em três minutos???